As horas finais de Cunha
A três dias da sessão que deve votar a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha, pouco mais da metade dos deputados respondeu enquetes sobre como votará. Com Dilma Rousseff, três dias antes da votação quase 85% dos deputados havia declarado seu voto. Isso mostra a força de Cunha e o medo de um enorme […]
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2016 às 06h53.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h39.
A três dias da sessão que deve votar a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha, pouco mais da metade dos deputados respondeu enquetes sobre como votará. Com Dilma Rousseff, três dias antes da votação quase 85% dos deputados havia declarado seu voto. Isso mostra a força de Cunha e o medo de um enorme grupo de parlamentares. Ainda assim, pouca gente aposta que Cunha se salve. “Traições vindas de aliados de Cunha são muito prováveis, tanto que a maioria está procurando não adiantar seu voto” diz o analista político Juliano Griebeler, da consultoria Barral M Jorge.
A sessão está marcada para a segunda-feira, às 19h. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, indicou que só deve dar início à votação quando o quórum atingir 420 deputados, o que pode fazer com que ela fique para terça. Esvaziar a sessão é uma das táticas de Cunha, já que a perda de mandato necessita de 257 votos. Líderes partidários apostam em quórum alto, a despeito das articulações do ex-presidente da Casa.
Com exceção dos partidos do centrão, siglas adversárias como DEM e PSDB, de um lado, e PT, PCdoB e PSOL, de outro, garantiram presença para a votação. Além deles, outros cinco partidos também confirmaram que querem a saída de Cunha. Juntos, somam 238 deputados.
Até a filha do deputado, Danielle Cunha, entrou no jogo e está contatando deputados mais jovens, de quem é mais próxima, para pedir apoio ao pai. Se de fato cair, dificilmente Cunha manterá a mesma influência, já que é o político mais odiado do Brasil – com 80% de desaprovação. O deputado tentou uma ação no Supremo Tribunal Federal, que foi rejeitada ontem. Seu último ato seria fazer uma delação premiada. Segundo o jornal Valor, Cunha mandou emissários sondar a Procuradoria-Geral da República sobre a chance de fechar um acordo. A simples possibilidade já deixa muita gente em Brasília com o cabelo acaju em pé.