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Após terem bancadas reduzidas no Congresso, PDT e PSB articulam formar federação

Os dois partidos já concordaram em formar um bloco na Câmara, que somará 31 deputados

Os dois partidos já concordaram em formar um bloco na Câmara, que somará 31 deputados — 17 do PDT e 14 do PSB. A federação teria ainda sete senadores (EBC/Reprodução)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 7 de março de 2023 às 08h27.

Após encolherem no Congresso neste ano, PSB e PDT, duas siglas aliadas do presidente Lula (PT), darão nesta semana o pontapé inicial nas articulações para formar uma federação, de olho nas eleições municipais de 2024 e no pleito de 2026. O PSB reunirá sua Executiva nacional nesta quinta-feira e apresentará formalmente a possibilidade de se juntar ao PDT por, no mínimo, quatro anos. Entre os pedetistas, o movimento tem recebido sinalizações positivas.

Os dois partidos já concordaram em formar um bloco na Câmara, que somará 31 deputados — 17 do PDT e 14 do PSB. A federação teria ainda sete senadores.

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Segundo o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o objetivo na reunião desta quinta-feira é “discutir hipóteses” para o futuro da sigla. Na avaliação da cúpula pessebista, o fim das coligações proporcionais, que entrou em vigor no ano passado, e o avanço da cláusula de barreira forçam a análise de caminhos para a sobrevivência de partidos de diversos campos. No campo da esquerda, houve duas federações no ano passado: PT, PCdoB e PV, de um lado, e PSOL e Rede em outra iniciativa.

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— Os resultados mostraram que o isolamento não é a solução. PSB e PDT são dois partidos com o mesmo tamanho, e o equilíbrio é muito importante numa federação — disse Siqueira.

Sem avançar com o PT

No início de 2022, o PSB chegou a negociar uma federação com o PT, mas as tratativas não foram adiante. Dirigentes do partido consideraram que o modelo proposto daria mais poderes aos petistas, que teriam ampla maioria na Executiva nacional da federação, e optaram por apenas coligar o PSB à chapa de Lula, sem necessariamente replicar o vínculo nos estados.

Em 2022, a bancada eleita pelo PSB para a Câmara, de 14 deputados, foi menos da metade dos 32 eleitos pelo partido em 2018. O PDT também caiu de patamar: fez nove deputados federais a menos do que os 28 que havia elegido no pleito anterior.

O decréscimo ligou o sinal de alerta em ambos para as condições futuras de bater a cláusula de barreira, que exigirá, a partir de 2030, ao menos 3% dos votos válidos nacionalmente na eleição à Câmara para que as legendas mantenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e TV. PSB e PDT, que haviam tido mais de 5% cada em 2018, no ano passado obtiveram 3,8% e 3,5%, respectivamente.

Embora o foco seja a sobrevivência a partir de 2026, as siglas também miram a corrida por prefeituras no próximo ano. Em 2020, uma aliança entre PSB e PDT foi vitoriosa em quatro capitais: Aracaju, Fortaleza, Maceió e Recife.

Em 2022, o PSB apoiou Lula à Presidência, enquanto o PDT optou por Ciro Gomes. Com seu pior desempenho em disputas presidenciais, o PDT ainda foi derrotado pelo PT no governo do Ceará, seu principal reduto. O PSB emplacou o vice-presidente Geraldo Alckmin e elegeu três governadores (Espírito Santo, Maranhão e Paraíba), mas perdeu o governo de Pernambuco, berço político da sigla, mesmo com apoio formal do PT.

Na avaliação de lideranças, a federação entre PSB e PDT pode evitar que as siglas dependam de estar na órbita do PT em eleições futuras. Em Fortaleza, por exemplo, o prefeito Sarto Nogueira (PDT) deve concorrer à reeleição contra uma candidatura petista, com apoio do governador Elmano de Freitas (PT).

Apesar de já ter havido contatos entre as cúpulas pessebista e pedetista, os dois partidos querem primeiro discutir o assunto internamente. O PDT, após os embates entre Ciro e Lula na última campanha, emplacou seu presidente nacional, Carlos Lupi, no Ministério da Previdência.

Após entrar no governo, Lupi deixou o PDT sob presidência interina do deputado André Figueiredo (PDT-CE), que tem buscado mediar conflitos entre as alas do partido que defendem adesão ou oposição ao PT no Ceará. Para o presidente do PSB, a federação “pode ser boa” para a relação dos partidos com o PT, por fortalecer a base do governo Lula.</

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