Após rejeitar denúncia na CCJ, Câmara tenta retomar normalidade
ÀS SETE - Hoje os parlamentares têm na pauta uma audiência para debater as necessidades orçamentárias relacionadas ao projeto do novo avião cargueiro da FAB
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2017 às 06h43.
Última atualização em 19 de outubro de 2017 às 07h16.
Como se nada houvesse acontecido, a Câmara dos Deputados tem na pauta desta quinta-feira uma audiência para debater as necessidades orçamentárias relacionadas ao projeto do novo avião cargueiro, o KC-390, da Força Aérea Brasileira. Nem parece que em dois dias, ou quase 24 horas somadas de discussão, os parlamentares trataram de uma denúncia contra o presidente da República.
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Na noite de quarta, foi aceito o relatório de Bonifácio Andrada (PSDB-MG) que recomenda o arquivamento da acusação por obstrução de Justiça e organização criminosa contra Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
O placar, mais esperado impossível, foi de 39 votos favoráveis e 26 contra. Está exatamente na margem que o governo contava, que iria até 41 votos pró-Temer. Orientaram votação a favor do parecer: PMDB, PP, PSD, PR, DEM, PRB, PTB, SD, PSC e Pros, enquanto PT, PSB, PDT, Podemos, PCdoB, PPS, PHS, Rede e PSOL foram contrários. PSDB e PV liberaram suas bancadas.
A denúncia vai agora a Plenário e está pré-agendada para a próxima quarta-feira, dia 25 de outubro. Assim como aconteceu com a votação no Senado, que desautorizou o Supremo Tribunal Federal e devolveu o mandato de Aécio Neves (PSDB-MG), não há viva alma que acredite que as acusações da Procuradoria-Geral da República ficarão de pé.
A pauta desta quinta na Câmara é um demonstrativo de como o Congresso promete – depois de uma semana que deveria ser de intensa emoção, mas foi de episódios intensos de fisiologismo – voltar aos ares de normalidade.
Ao entrar o mês de novembro, governistas tentarão embarcar de vez na reforma da Previdência. Daqui em diante, esse será o único assunto em pauta em Brasília. Parlamentares terão até o recesso de fim de ano para aprovar alguma mudança no sistema de aposentadoria, sem que uma pauta desgastante adentre o ano eleitoral.