Brasil

Ao El País, Dilma acena com plebiscito caso volte ao governo

Se conseguir voltar ao governo, Dilma garante que não fará mais acordos com a coalizão liderada pelo PMDB


	Dilma: se conseguir voltar ao governo, Dilma garante que não fará mais acordos com a coalizão liderada pelo PMDB
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma: se conseguir voltar ao governo, Dilma garante que não fará mais acordos com a coalizão liderada pelo PMDB (Ueslei Marcelino / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2016 às 14h22.

São Paulo - Em entrevista ao jornal espanhol El País, publicada nesta quinta-feira, 23, a presidente afastada Dilma Rousseff acenou mais uma vez com a possibilidade de realizar um plebiscito caso retorne ao governo.

"Não estou dizendo que, se voltar, vai haver uma consulta popular. Estou dizendo que, para que haja uma consulta popular, é preciso que eu volte. Porque o meu mandato é legítimo. E o dele (Michel Temer) não é", disse a petista ao jornalista Antonio Jiménez Barca, em conversa no Palácio do Alvorada.

Sobre a necessidade de convencer senadores a votar contra o impeachment, Dilma afirmou que tem usado o debate para conseguir retornar ao comando do governo.

"Não é só o impeachment. É a história. A história está sendo registrada. O sistema político brasileiro está em colapso: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está afastado do cargo. O procurador-geral pediu para prender o presidente do Senado, Renan Calheiros. Minha volta tem a ver com meu mandato, mas também com a reconstrução da democracia no Brasil", disse.

Se conseguir voltar ao governo, Dilma garante que não fará mais acordos com a coalizão liderada pelo PMDB.

"Isso acabou no país. Se voltar, tenho de pensar em como entregar o Brasil ao novo presidente eleito. Teremos que discutir se é possível governar com 35 partidos, se é possível governar sem fazer uma reforma política antes", afirmou.

A presidente também criticou as recentes quedas de ministros no governo de Michel Temer e avaliou o comportamento dos mercados como um sinal de baixo otimismo com o país.

"Eu acho que os mercados são bastante realistas, e até agora não mostraram nenhuma euforia. Este governo tem três ministros que já caíram e algum outro engatilhado. E todos pelo mesmo motivo: a corrupção. E isso coloca o governo em uma situação complicada. É um governo que se diz de salvação nacional, mas, na realidade, é de salve-se quem puder", disse.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPersonalidadesPlebiscitoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Lula anunciará Paulo Pimenta como ministro para reconstrução do Rio Grande do Sul

TSE nega recurso que pedia cassação de Zema, mas aplica multa

Enchentes no RS: deputados aprovam 'calamidade' até 2026 e derrubam regras de gastos

Enchentes no RS: aeroporto Salgado Filho não deve reabrir até setembro

Mais na Exame