A convocação de uma seleção com forte concorrência: o noticiário político
ÀS SETE - Tite anuncia a convocação para a disputa hoje, mas com uma nova realidade, a dos brasileiros que dedicam atenção às notícias policiais e políticas
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2018 às 07h21.
Última atualização em 14 de maio de 2018 às 07h23.
O técnico Tite anuncia às 14h desta segunda-feira a lista de convocados da seleção brasileira para a Copa do Mundo da Rússia num momento sui generis para o país. Em meio à crise econômica e política e a incessantes novos escândalos de corrupção, os brasileiros dedicam cada vez mais atenção ao noticiário político e policial do que às manchetes esportivas.
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Em reportagem de capa da revista VEJA deste fim de semana, Roberto Pompeu de Toledo joga luz sobre a instituição que talvez mais tenha atraído a atenção do país, o Supremo Tribunal Federal.
Segundo Toledo, "o Supremo de hoje tem a característica inédita, neste e em qualquer outro país, de ser composto de onze rostos que rivalizam, no reconhecimento pela população, com os rostos dos onze da seleção nacional de futebol".
Ainda assim, exatamente um mês antes do início do torneio, a convocação deve, claro, atrair os holofotes. Nos últimos dias Tite se viu às voltas com questões médicas que trouxeram indefinições de última hora à lista.
O craque do time, Neymar, está voltando de lesão no pé. O provável capitão, Daniel Alves, foi cortado na semana passada por lesão no joelho; seu substituto imediato, Fágner, se recupera de problema na coxa.
Dos 23 convocados, 16 nomes são dados como certos, segundo jornalistas esportivos. Nenhum joga no Brasil. A lista tem como pilares o goleiro Alisson, do Roma, o zagueiro Miranda, da Inter de Milão, o lateral Marcelo, do Real Madrid, o meia Philippe Coutinho, do Barcelona, e Neymar, do Paris Saint Germain.
É o suficiente para conquistar o hexa? Neste sábado, a revista francesa Aujourd'hui en France publicou uma reportagem com especialistas esportivos dos cinco continentes que coloca o Brasil como favorito ao título, com 45 pontos, ante 26 da Espanha e 20 da Alemanha.
A publicação também reforça um ponto extra-campo que deve pesar no mundial: a preocupação da Rússia em usar o torneio como propaganda de sua crescente influência política global.
A Copa começa com um jogo simbólico: Rússia e Arábia Saudita, no dia 14 de junho. Os sauditas são aliados dos americanos e inimigos do Irã, parceiro estratégico da Rússia no Oriente Médio.
O Brasil estreia no dia 17 de junho, às 15h de Brasília, contra a Suíça, num jogo em que só o que importará é mesmo o futebol. Detalhe importante: por ser domingo, não haverá sessão do Supremo no dia.