Anistia Internacional: Cúpula das Américas deve priorizar direitos humanos
Entidade pediu que tema seja tratado como "prioridade" na declaração final do encontro de líderes do continente
Agência Brasil
Publicado em 12 de abril de 2018 às 16h20.
A partir de amanhã (13), a 8ª Cúpula das Américas reunirá, pelo menos, 20 chefes de Estado e de Governo e vários vice-presidentes e chanceleres de toda América em Lima, no Peru . O encontro vai até sábado (14) e o tema será a "Governabilidade democrática frente à corrupção".
Por solicitação da Anistia Internacional, os líderes regionais devem debater a questão da proteção dos direitos humanos colocando o tema como "prioridade" na declaração final. Também a pedido da organização, devem ser tomadas "medidas urgentes" sobre o assunto.
"Os direitos humanos nas Américas experimentaram um retrocesso alarmante nos últimos anos: desde as políticas discriminatórias impulsionadas pelo Governo de Donald Trump até a repressão violenta de manifestações em Honduras e na Venezuela", manifestou a diretora para as Américas da América Latina da Anistia Internacional, Erika Guevara Rosas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, não participarão do encontro. Trump será substituído pelo seu vice-presidente, Mike Pence; já o líder venezuelano teve o convite para o evento retirado.
Em carta aberta dirigida aos líderes presentes à cúpula, a Anistia Internacional indicou uma série de problemas "mais urgentes", como a crise deflagrada pelos refugiados na Venezuela e na América Central, o discurso "retrógrado" sobre direitos humanos, as dificuldades de acesso à Justiça e a luta contra a impunidade.
Ao apresentar o cenário que considera urgente, a Anistia Internacional fez um alerta: "Perante a crescente demonização das comunidades em situação de risco e os defensores e defensoras dos direitos humanos, os dirigentes regionais têm a obrigação de tomar medidas urgentes para proteger os direitos humanos de toda a população. Deixar de fazer isso em um momento crítico como este colocaria em perigo a vida de milhões de pessoas".
Na carta, a organização também destacou problemas relacionados aos direitos dos povos indígenas, à igualdade sexual e de gênero, e ao uso excessiva da força contra manifestantes.