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Ana Amélia teve cargo de confiança em gabinete do marido

Candidata do PP no Rio Grande do Sul confirmou ter exercido cargo de confiança no Senado durante 11 meses

Ana Amélia: senadora é a candidata do PP ao governo do Rio Grande do Sul (José Cruz/ABr)

Ana Amélia: senadora é a candidata do PP ao governo do Rio Grande do Sul (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 21h17.

Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 10h37.

Porto Alegre - A candidata do PP ao governo do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos, confirmou, nesta sexta-feira, 12, ter exercido cargo de confiança (CC) no Senado durante 11 meses, entre os anos de 1986 e 1987, no gabinete do marido.

No mesmo período, a jornalista era diretora da sucursal do Grupo RBS em Brasília. Portanto, acumulava as duas funções.

O fato veio à tona em reportagem publicada pelo jornal online Sul 21 e ganhou espaço nas redes sociais ao longo do dia.

De acordo com a reportagem, que teve acesso a documentos da época, Ana Amélia foi CC na função de secretária parlamentar do marido, o senador biônico Octávio Omar Cardoso, morto em 2011.

Pelo trabalho no Senado, ela recebia um salário mensal de 9 mil cruzeiros, que correspondem hoje a quase R$ 8 mil, em valores atualizados.

Ana Amélia passou o dia de hoje em campanha pelo interior do Rio Grande do Sul. Em nota, a candidata defendeu a compatibilidade das atividades desempenhadas no gabinete com sua função no Grupo RBS.

Ela não explicou, no entanto, como conseguia conciliar duas jornadas de 40 horas semanais.

"Agora, vasculham minha vida e o que encontram? Trabalho! Um contrato de 1986, no qual prestei por 11 meses assessoria parlamentar no Senado quando era jornalista em Brasília! Naquela época, não havia a tecnologia de hoje e eu fazia pautas e clipagens, que não eram incompatíveis com a minha função na RBS", disse a candidata na nota.

Ana Amélia também salientou que o fato ocorreu antes da aprovação da Lei do Nepotismo, em 1988, que definiu como ilegal a contratação de parentes de detentores de cargos no serviço público.

"O fato de ter ocupado esse cargo não me proíbe, hoje, de criticar os abusos nessas contratações! Meu gabinete é a prova que valorizo os CCs porque a maior parte deles está nessa condição", disse.

Ao longo de toda a campanha, a senadora tem criticado o governo de Tarso Genro (PT) pelo número de cargos de confiança. Ela defende a redução desses postos como forma de diminuir o gasto público.

"O que critico é o excesso de CCs no Rio Grande do Sul, pois o atual governo possui 6 mil funções comissionadas", falou. "Devo ser avaliada pelo meu mandato no Senado e não por um fato de 30 anos que não possui ilegalidade!"

Ana Amélia se mudou para Brasília em 1979 para acompanhar o marido, que era suplente do senador Tarso Dutra. Com a morte do titular em 1983, Cardoso foi efetivado no cargo e exerceu o mandato até março de 1987.

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