Aloysio diz que pediu que fosse feita transição gradual da Camex
A alteração, de tirar a Camex do Itamaraty, feita pelo governo de Michel Temer ontem deixou o novo ministro das Relações Exteriores irritado
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de março de 2017 às 17h56.
Brasília - O novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 7, que pediu ao presidente Michel Temer e ao ministro Marcos Pereira (MDIC) que a Camex (Câmara de Comércio Exterior) continuasse subordinada ao Itamaraty por um "tempo", para que houvesse uma transição gradual.
"Eu pedi ao presidente e ao ministro Marcos Pereira que desse um tempo para que pudéssemos fazer uma transição tranquila, uma vez que essa é a decisão do presidente", afirmou o ministro, após a sua cerimônia de posse, no Palácio do Planalto.
O governo tornou hoje sem efeito o Decreto 8.997, publicado no Diário Oficial da União (DOU) de ontem, que, entre outras medidas, retirava a secretaria executiva da Camex do Itamaraty e a devolvia ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), ao qual era originalmente vinculada.
A decisão está publicada em forma de outro decreto, publicado hoje em edição extra do Diário Oficial, na página da Imprensa Nacional.
Segundo o texto do novo decreto, "os dispositivos revogados ou que tiveram a redação alterada pelo Decreto 8.997, de 2017, ficam, respectivamente, revigorados ou com a sua redação anterior restabelecida".
A alteração feita pelo governo de Michel Temer ontem deixou o novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, irritado, principalmente porque ele não foi consultado sobre a mudança, segundo relataram à reportagem pessoas próximas ao ministro.
A secretaria executiva da Camex pertencia ao MDIC, mas, no início do governo Temer, foi transferida ao Itamaraty, com o intuito de dar à Pasta um braço forte para impulsionar as exportações brasileiras.
De olho no comércio exterior, o novo ministro também afirmou hoje que pretende fazer da política externa um "fator a mais" para desenvolver e recuperar a economia brasileira.