Agentes penitenciários do Rio denunciam insegurança nas prisões
Os servidores relataram que presos passaram a exigir que eles abaixassem os vidros e se identificassem na ida e na volta para o presídio que trabalham
Agência Brasil
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 16h22.
Ao decretar greve a partir de hoje (17) até a próxima segunda-feira (23), o Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro denunciou a situação de insegurança que era enfrentada por inspetores penitenciários que trabalham em Japeri, na Baixada Fluminense.
Segundo o texto de autoria do presidente do sindicato, Gutembergue de Oliveira, criminosos que hostilizavam inspetores penitenciários passaram a exigir que eles abaixassem os vidros e se identificassem no caminho de ida e volta para o presídio em que trabalham.
A nota classifica a situação de "total descalabro que demonstra a falência do poder estatal em determinados territórios do Estado."
"Continuando nas suas ações progressivas, os meliantes fazem inspetores saírem dos carros e os revistam. Num dia, roubaram o veículo de um inspetor, dois dias depois roubaram o veículo e a arma de outro, no dia seguinte fizeram disparos no carro de outro inspetor, felizmente não o acertando", narra o texto publicado no site do sindicato, "O último evento, na segunda-feira (9), em que um inspetor foi parado, teve seu carro revistado, sofreu revista pessoal e, não satisfeitos, os marginais tiraram o cordão do seu pescoço."
A Polícia Militar informou por meio de nota que tomou conhecimento da situação. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, o comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar [Queimados] teve uma reunião com diretores da Cadeia Pública Cotrim Neto, no dia 10. A reunião ocorreu um dia depois do último episódio relatado no texto do sindicato.
A PM disse que o encontro terminou com a definição de que seria criado um patrulhamento motorizado para garantir a segurança no entorno. O presidente do sindicato confirmou que o policiamento passou a ser feito e afastou os criminosos. "Houve uma tomada de decisões, vamos ver se elas se mantêm. Por enquanto, parece que conseguiram afugentar."
Denúncias de inspetores penitenciários e oficiais de justiça que atuam no município motivaram uma reunião ontem (16) do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Execução Penal com autoridades estaduais de segurança pública.