Acidente aéreo em Vinhedo: MP e Defensoria dizem que 'não é o momento' para medidas judiciais
Autoridades ressaltaram que a prioridade é prestar atendimento aos familiares das vítimas e auxiliar na identificação dos corpos
Agência de notícias
Publicado em 10 de agosto de 2024 às 17h47.
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, e a defensora pública-geral, Luciana Jordão, afirmaram na tarde de sábado que ainda não é o momento de encaminhar medidas judiciais contra a Voepass em relação à queda do avião da companhia em Vinhedo (SP) que matou, ontem, 62 pessoas.
Segundo eles, a prioridade é prestar atendimento aos familiares das vítimas é auxiliar na identificação dos corpos e na emissão de certidões necessárias para a liberação.
"Até agora tudo isso é muito prematuro. O momento é de atender as vítimas, e não surgiu nenhum elemento emergencial que se venha a tomar qualquer atitude para interrupção das atividades", declarou Costa sobre a possibilidade de o MP entrar com medidas cautelares para restringir a operação da empresa.
A Defensoria Pública também integra a equipe responsável por receber os parentes para coleta de material genético, exames médicos e odontológicos e descrição das características físicas no Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista. Até o momento, foram entrevistados parentes de 17 mortos.
"Neste momento, não", declara Luciana, a respeito de entrar com processos em favor das vítimas. "Nosso primeiro foco é realmente o acolhimento às famílias e trazer informações de transporte, de expedição de documentação para que elas possam adotar as providências iniciais".
A coletiva de imprensa ocorreu no estacionamento do Instituto Oscar Freire, onde as famílias se dirigem gradualmente para auxiliar na identificação dos corpos desde a manhã deste sábado. Parte delas está alojada em um hotel no Centro Histórico. Em Cascavel (PR), de onde partiu a aeronave em direção a São Paulo (SP), algumas pessoas decidiram encaminhar a documentação de longe, enquanto outro grupo de paranaenses era esperado em Guarulhos por volta das 14h.
A investigação sobre as causas da tragédia não tem prazo para ser concluída, de acordo o brigadeiro Marcelo Moreno, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). As caixas-pretas do avião já estão em Brasília para análise e o primeiro passo, segundo ele, será avaliação das gravacões do voo.
Mais cedo, em coletiva a jornalistas em vinhedo, o superintendente da Polícia Federal, Rodrigo Luis Sanfurgo, afirmou que a prioridade é a identificação das vítimas e que a corporação está “trabalhando ininterruptamente" para isso.
Mais cedo, em nota, a Defensoria Pública informou que as famílias poderão optar por fazer a coleta de material em Cascavel, São Paulo ou Ribeirão Preto. É possível emitir uma autorização para que terceiros façam a liberação dos corpos no IML, caso necessário.
De acordo com o tenente coronel Rinaldo de Araújo Monteiro, chefe de gabinete da Defesa Civil do Estado de São Paulo, 42 corpos haviam sido retirados dos escombros até próximo das 16h deste sábado. Destes, 37 já se encontram no IML, na região central da cidade.
"Está bem avançado o trabalho executado pelo Corpo de Bombeiros, mas não temos previsão de quando deve terminar a retirada de todos os corpos", relatou Monteiro.
Apenas dois foram identificados. Um deles é o piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos. O outro não foi informado no IML.