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Abin paralela: entenda como funcionava o programa que monitorou celulares e foi alvo da PF

Filho de ex-presidente é suspeito de ter recebido informações obtidas ilegalmente

Abin paralela: Conforme O GLOBO revelou em março do ano passado, os dados são coletados por meio da troca de informações entre os celulares e antenas (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Abin paralela: Conforme O GLOBO revelou em março do ano passado, os dados são coletados por meio da troca de informações entre os celulares e antenas (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 08h38.

Última atualização em 29 de janeiro de 2024 às 08h40.

O programa comprado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar a localização de alvos pré-determinados se baseia em dois sistemas que fazem parte da arquitetura da rede de telecomunicações do país. Nesta segunda-feira, a Polícia Federal realiza uma operação contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Carlos, para investigar o esquema ilegal.

Conforme O GLOBO revelou em março do ano passado, os dados são coletados por meio da troca de informações entre os celulares e antenas para conseguir identificar o último local conhecido da pessoa que porta o aparelho. O sistema foi utilizado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o diretor da agência era Alexandre Ramagem, que atualmente é deputado federal (PL-RJ).

Em 2022, a Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa e Segurança (Abimde) conferiu ao FirstMile, nome do sistema utilizado pela Abin, uma "declaração de não-similaridade". O documento é utilizado para a contratação do sistema sem a necessidade de licitação, já que só existe apenas um fornecedor. No documento, a entidade identificou o programa como um "serviço de geolocalização de dispositivos móveis em tempo real, capaz de decodificar as identidades lógicas dos dispositivos e de gerar alertas sobre a rotina de movimentação dos alvos de interesse". Ainda de acordo com o documento, o programa usa a "infraestrutura GMLC e Sistema de Sinalização por Canal Comum"

De acordo com especialistas, as designações técnicas apontam que o sistema usa, de alguma forma, a rede comum de celulares de operadoras de telefonia. A descoberta dessa vulnerabilidade ficou famosa a partir de 2014, quando dois especialistas alemães estudaram como outro programa parecido da mesma empresa que fornece o FirstMile conseguia esses dados, chamado de SkyLock.

O Sistema de Sinalização por Canal Comum remonta à década de 1970 e é o que permite a conexão entre dois celulares: em outras palavras, para completar uma ligação entre duas pessoas, a rede de telefonia precisa saber a qual antena cada celular está conectado.

Acompanhe tudo sobre:Polícia FederalCarlos Bolsonaro

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