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Safra 2025/26: SLC Agrícola projeta margens apertadas e rentabilidade semelhante à de 2024/25

Companhia de Aurélio Pavinato aposta em estabilidade para a safra 2025/26 e expande área plantada de algodão e soja

Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola: produção brasileira pode chegar a 600 milhões de toneladas em 20 anos (Leandro Fonseca/Exame)
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 13h07.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 13h02.

A SLC Agrícola, que comercializa soja, algodão, milho e sementes, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a safra 2025/26 deve enfrentar margens apertadas para o agronegócio.

“Não há espaço para menores custos. A previsão dos especialistas de mercado é de margens apertadas para o setor, com a importância de fixar os custos no momento certo para obter melhores resultados”, disse o CEO, Aurélio Pavinato, durante o call de resultados da companhia.

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Segundo Pavinato, os preços das commodities devem permanecer baixos por causa do possível aumento da produtividade dos grãos. Embora ainda seja cedo para projeções precisas, ele destaca que o cenário-base para o próximo ciclo, que começa em 1º de julho de 2025, é de estabilidade nos preços.

“Quando olhamos para o setor como um todo, nossa expectativa é que a rentabilidade da safra de 2025/26 seja muito semelhante à de 2024/25”, afirmou. A declaração do CEO ocorre após a SLC reportar um prejuízo de R$ 17,3 milhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 167,3 milhões registrado no mesmo período de 2023.

Os resultados foram impactados pela queda nos lucros do milho, afetado pela distribuição irregular das chuvas, e pela desvalorização dos ativos biológicos, o que inclui a receita e os custos dos produtos em crescimento, além da redução no valor dos estoques.

A receita líquida da SLC encolheu 1% no terceiro trimestre, totalizando R$ 1,63 bilhão. As vendas de algodão em pluma aumentaram 46,4% em volume, alcançando 83,3 mil toneladas, mas houve queda de 12,1% no valor por tonelada. As vendas de caroço de algodão cresceram 12,3% no trimestre, chegando a 137,2 mil toneladas.

As vendas de soja em grãos e sementes subiram 97,8%, para 136,1 mil toneladas, devido ao atraso na safra 2023/24, enquanto o volume de milho comercializado recuou 41,4%, para 393 mil toneladas. No setor pecuário, a venda de gado aumentou 77,7%, somando 15.174 cabeças.

O Ebitda ajustado caiu 5,8%, para R$ 463,1 milhões, com a margem Ebitda ajustada recuando 1,4 ponto percentual, atingindo 28,4%. A geração de caixa foi positiva em R$ 147,5 milhões, mas registrou uma queda de 74,6% na comparação com o terceiro trimestre de 2023. O desempenho reflete o término dos pagamentos de insumos e o início do faturamento do algodão e milho da safra 2023/24.

Em outubro, a SLC solicitou à Comissão de Valores Mobiliários um registro de oferta pública de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA), com o objetivo de captar R$ 400 milhões para alongar o perfil da dívida a um custo competitivo.

Além disso, a companhia adquiriu 18,8% da sua controlada indireta, SLC Landco, por R$ 524,8 milhões, com o pagamento dividido em duas parcelas: um terço pago em outubro e o restante em março de 2025.

Principais commodities agrícolas que o Brasil exporta

Safra 2024/25

A SLC aposta em um desempenho positivo na safra 2024/25 de algodão , com o Brasil mantendo a posição de maior exportador mundial da fibra, consolidada em 2023/24, quando o país colheu 3,7 milhões de toneladas e exportou 2,7 milhões de toneladas.

As compras de fertilizantes estão 100% concluídas, enquanto 96% dos defensivos agrícolas para a temporada já foram adquiridos.A SLC disse que a área plantada para a safra 2024/25 será de 734 mil hectares, aumento de 11% em relação à temporada 2023/24.

"Os custos por hectare orçados para a safra 2024/25 diminuíram 5,2% em relação ao orçado para a safra 2023/24, disse o CEO.“Essa queda reflete principalmente o declínio dos preços dos fertilizantes, defensivos e sementes que possuem uma forte correlação com os preços das commodities.”

O crescimento na área reflete as últimas operações da empresa, incluindo a ampliação da parceria com o Grupo Soares Penido, a joint venture com a Agropecuária Rica e um novo contrato de arrendamento no Piauí.

A SLC acredita que as condições climáticas devem impulsionar a produtividade na maioria das culturas, com expectativas de aumento de 18% na soja, 2,3% no algodão em pluma de primeira safra, 2,5% no algodão de segunda safra, 2,3% no caroço de algodão, enquanto o milho de segunda safra pode enfrentar uma ligeira queda na produtividade, estimada em 0,6%.

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