Preço do açúcar atinge nível mais alto em 13 anos por impacto de El Niño
O índice de preços do açúcar calculado pela FAO subiu 9,8% em um mês
Agência de notícias
Publicado em 6 de outubro de 2023 às 11h32.
O preço do açúcar atingiu, em setembro, seu nível mais alto em 13 anos, em meio à preocupação com o impacto do fenômeno El Niño nas colheitas de Tailândia e Índia, informou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) nesta sexta-feira, 6.
O índice de preços do açúcar calculado pela FAO subiu 9,8% em um mês.
- Petrobras eleva preço do querosene de aviação (QAV) em mais de 5%
- Após receber alta, Lula agradece às orações e diz que trabalhará do Alvorada até recuperação
- Déficit comercial dos EUA recua a US$ 58,3 bilhões em agosto
- EUA cria 336 mil vagas em setembro, mais que o esperado; taxa de desemprego se mantém em 3,8%
- Legacy vê oportunidade após curva de juros descolar de câmbio
- Citi vê ações tech como refúgio para recessão global iminente
Este aumento "se deve, principalmente, ao receio crescente de que a oferta mundial diminua durante a próxima campanha (2023-2024)", explica a agência em seu relatório mensal.
As primeiras estimativas indicam uma queda na produção na Tailândia e na Índia, dois grandes produtores, devido ao fenômeno meteorológico El Niño, afirma a FAO.
Preços do petróleo
A organização também atribui essa alta ao recente aumento dos preços do petróleo, que leva os produtores a transformarem parte de sua colheita em etanol. Essa troca reduz a quantidade de açúcar no mercado.
Ainda assim, acrescenta a FAO, o aumento dos preços do açúcar esteve limitado pelo "volume importante da atual colheita no Brasil [primeiro produtor mundial] em condições meteorológicas favoráveis e também [pela] desvalorização do real brasileiro frente ao dólar americano".
Em conjunto, os preços mundiais dos alimentos se mantiveram estáveis: queda dos óleos (-3,9%), dos laticínios (-2,3%) e da carne (-1%), e alta do açúcar e do milho, informou a FAO.
O índice de preços dos alimentos da FAO, que acompanha a variação dos preços internacionais de uma cesta de produtos básicos, reflete uma queda de 10,7% interanual, e de 24%, em relação ao pico de março de 2022, logo após a invasão russa da Ucrânia.
O índice de preços dos cereais subiu 1%, impulsionado por um aumento de 7% dos preços do milho após sete meses de queda. A recuperação se deveu, segundo a agência, à forte demanda pela safra brasileira, à desaceleração das vendas na Argentina e ao aumento dos preços do frete fluvial nos Estados Unidos pela baixa vazão do rio Mississippi.
E o índice de preços do arroz, que atingiu em agosto seu nível mais elevado em 15 anos, estagnou (-0,5%), devido a uma menor demanda.