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Fazenda de pecuária no Uruguai: país embarcou mais de 1,3 milhão de cabeças de gado vivo nos últimos cinco anos (PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images)
Fabiane Stefano
Publicado em 14 de maio de 2021 às 20h47.
Última atualização em 14 de maio de 2021 às 21h21.
O Uruguai, um dos maiores exportadores de gado, vê oportunidade de aumentar os embarques de vacas leiteiras e gado para reprodução à China, à medida que a Nova Zelândia abandona o comércio de gado pela via marítima.
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“Apesar de estarmos muito mais distantes, o que nos torna menos competitivos, a exportação de gado vivo para a China, em particular, cresceu muito no último ano”, disse o ministro da Agricultura, Carlos María Uriarte, em entrevista. “Vamos ter novas oportunidades.”
O Uruguai embarcou mais de 1,3 milhão de cabeças nos últimos cinco anos, principalmente bezerros engordados e abatidos em destinos como Turquia, Iraque e Egito, segundo dados do governo. Para pecuaristas, é um negócio secundário lucrativo, mas que atrai cada vez mais críticas por causa da crueldade contra os animais.
Em abril, a Nova Zelândia disse que irá suspender a exportação de gado por via marítima dentro de dois anos após o naufrágio de um navio de gado com destino à China.
“Precisamos tomar todos os cuidados necessários e zelar pelo bem-estar dos animais envolvidos nessa atividade para que esses tipos de acidentes não aconteçam”, disse Uriarte, que é pecuarista ativo.
Após atingir o pico de 271 milhões de dólares em 2018, as exportações de gado vivo do Uruguai esfriaram devido em parte à menor demanda do principal comprador, a Turquia. O Uruguai provavelmente enviará menos bezerros nos próximos dois anos, já que as secas reduzem os partos e pecuaristas que engordam gado para a indústria frigorífica local pagam mais pelos animais em meio ao aumento das exportações de carne bovina, disse Uriarte.
Os frigoríficos aceleram as vendas depois que a pandemia levou a uma queda de 11% na receita de exportação no ano passado. Os embarques de carne bovina aumentaram 28% em relação ao ano anterior, para 618 milhões de dólares nos quatro meses até abril, sendo que a China comprou 341 milhões de dólares, segundo dados compilados pelo governo.
A dependência do Uruguai da China foi sentida no final de 2019, quando o estouro de uma bolha especulativa de preços levou alguns importadores de carne chineses a renegociar ou cancelar contratos. Meses depois, a covid-19 derrubou as remessas para o país asiático.
Os esforços do governo para diversificar os mercados de exportação estão lentamente dando frutos. A Arábia Saudita autorizou as importações de carne bovina e ovina do Uruguai no ano passado. O Uruguai busca ganhar os mercados do Sudeste Asiático e pediu aos Estados Unidos no ano passado por uma cota maior de carne bovina, disse Uriarte.
“É fundamental continuarmos explorando outras alternativas para que, se o que aconteceu em 2020 acontecer novamente, estejamos mais bem preparados”, afirmou.
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