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Ipea eleva projeção do PIB agropecuário, mas alerta sobre crise hídrica

Em nota, o órgão alerta que a crise hídrica é um fator de risco que pode atrapalhar a expectativa de crescimento do setor. As estimativas do Ipea consideram uma elevação de 2,7% na produção vegetal em 2021 e um aumento de 2,5% na produção animal

(Divulgação/EXAME/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de junho de 2021 às 13h13.

Última atualização em 23 de junho de 2021 às 14h14.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aumentou sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária este ano, de um avanço esperado de 2,2% para uma expansão de 2,6%. No entanto, o órgão alerta que a crise hídrica é um fator de risco que pode atrapalhar a expectativa de crescimento do setor.

As estimativas do Ipea consideram uma elevação de 2,7% na produção vegetal em 2021, além de aumento de 2,5% na produção animal.

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"O que motivou a revisão para cima foi a melhora no resultado esperado de itens importantes tanto na produção vegetal como animal no ano. Os principais riscos dessa projeção de crescimento estão relacionados à crise hídrica, que pode prejudicar mais do que o previsto a produção vegetal, e ao segmento da pecuária de bovinos, que ainda tem incertezas relativas à oferta e à demanda", ressaltou o Ipea na Carta de Conjuntura divulgada nesta quarta-feira, 23.

O Ipea espera que as perdas previstas para este ano na produção de culturas como o café (-21,0%), algodão (-19,7%), milho (-3 9%) e cana de açúcar (-3,1%) sejam mais do que compensadas pelo bom desempenho da soja (9,4%), arroz (2,8%) e trigo (27,9%).

Na produção animal, o Ipea menciona expectativas de crescimento na produção de todos os segmentos: bovinos (0,9%), suínos (6,8%) aves (6,5%), leite (3,2%) e ovos (2,3%). Segundo o Ipea, a alta na produção de carne bovina ficará aquém do inicialmente esperado, mas será compensada pelo bom desempenho de suínos e aves.

"A produção de suínos e frangos foi impulsionada pelo aumento do consumo em substituição ao da carne bovina, que permanece com preço elevado e oferta limitada de animais para abate", explicou Pedro Garcia, pesquisador associado do Ipea, em nota oficial.

As projeções do Ipea têm como base informações do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em estimativas próprias para a pecuária a partir de dados das Pesquisas Trimestrais do Abate, Produção de Ovos de Galinha e Leite, também do IBGE.

"No caso da produção vegetal, a ocorrência de choques climáticos adversos no Centro-Sul e a possibilidade de adoção de medidas restritivas ao uso da água para a lavoura - em função da necessidade de poupar o recurso para a geração de energia hidroelétrica - pode afetar negativamente as estimativas para alguns produtos. No que diz respeito à produção animal, o risco continua sendo uma possível frustração na projeção de crescimento da produção de bovinos, que pode ser impactada por uma recuperação na oferta de animais mais lenta do que o projetado", alertou o Ipea, em nota.

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