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SUPERAGRO: Lucas Amorim, diretor de redação da EXAME, entrevista o deputado Arnaldo Jardim (centro) e o secretário de agricultura de Goiás, Pedro Leonadro Rezende em painel em evento da EXAME. (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 30 de maio de 2023 às 15h25.
Última atualização em 31 de maio de 2023 às 16h20.
A Câmara dos Deputados vai criar uma comissão temática para debater a regulamentação do hidrogênio verde. A informação foi adiantada, com exclusividade à EXAME, pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).
O parlamentar será o presidente do grupo de trabalho que terá como objetivo apresentar formas de regulamentar a produção de hidrogênio por meio de processos sustentáveis ligado ao agronegócio, principalmente como um subproduto do processamento da cana-de-açúcar.
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"O presidente Arthur Lira [PP-AL] constituiu uma comissão para discutir a regulamentação do hidrogênio. Várias rotas se apresentam. Eu vou ter a responsabilidade de presidir essa comissão lá na Câmara. Ela vai ser instalada nas próximas duas semanas. Não há dúvida de que a produção de hidrogênio a partir do etanol indica uma das mais promissoras das rotas", disse ele a 3ª edição do EXAME SUPERAGRO, evento que reuniu as principais autoridades e lideranças do agronegócio brasileiro em São Paulo, realizado na terça-feira, 30.
Na visão do de Jardim, o Brasil já é uma potência verde por conta de dois principais fatores: matriz energética baseada em fonte hídrica e o etanol.
"Os biocombustíveis têm tudo a ver com o agro, e não só naquilo que tem ligação com mover a frota leve de veículos do nosso país, como também o hidrogênio verde. Estamos com 27,5% [do mercado de combustíveis representado pelo etanol], e o governo federal apresentou um estudo para aumentar para 30%. A nossa resposta ao debate mundial sobre a eletrificação da frota é o híbrido ou o flex", afirmou o parlamentar.
Ligada da mesma forma à sustentabilidade, está a produtividade no campo. Também participante do SUPERAGRO, Pedro Leonardo de Paula Rezende, secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, afirmou que o estado tem um compromisso de contribuir com o país, aumentando o volume produzido na mesma quantidade de terra já plantada.
Para além disso, Goiás ainda tem experiências com bioinsumos para ser uma alternativa mais verde e resolver problemas externos relacionados a fertilizantes, por exemplo.
"Nós temos 7 milhões de hectares em grãos, o que corresponde a 10% da produção nacional. Podemos dobrar a produção somente [uso de] com pastagem degradada. Goiás foi o primeiro estado a ter um marco regulamentando os bioinsumos. Vamos ter no mês de junho uma comitiva com 20 países para conhecer esta área dentro de Goiás", disse.