EXAME Agro

Apoio:

GOV MT
Logo TIM__313x500

Governo precisa amadurecer diálogo com o agro brasileiro, diz presidente da Abag

Carvalho afirmou que as relações do setor com os governos estaduais e com o Legislativo, incluindo a Câmara dos Deputados e o Senado, estão bem articuladas

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 6 de agosto de 2024 às 15h07.

Última atualização em 6 de agosto de 2024 às 15h12.

A falta de diálogo do Executivo Federal com o agronegócio brasileiro acarreta em medidas que geram ruídos nas políticas públicas para o setor, segundo o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho.

Para Carvalho, as relações do setor com os governos estaduais e com o Legislativo, incluindo a Câmara dos Deputados e o Senado, estão bem articuladas. No entanto, ele destacou que o diálogo com o Executivo não tem avançado da mesma forma.

"A maior dificuldade tem sido com o Executivo Federal. Espero que o governo amadureça e trabalhe para melhorar esses canais de comunicação, reconhecendo que a colaboração mútua pode levar a resultados significativos e irreversíveis", destacou Carvalho em entrevista concedida à EXAME durante o 23º Congresso Brasileiro do Agronegócio.

Um dos exemplos usados pelo presidente da Abag para ilustrar a falta de diálogo com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi a medida provisória anunciada na semana passada para apoiar os agricultores do Rio Grande do Sul, afetados pelas enchentes de abril e maio.

Segundo Carvalho, a MP precisa ser aperfeiçoada para que possa ser aplicada ao setor produtivo gaúcho de forma eficaz. Na semana passada, entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) criticaram a MP, com a alegação de que o pacote anunciado pelo governo Lula era "excessivamente burocrático".

"Se considerarmos como foi elaborado o Plano Real, com uma equipe multidisciplinar e qualificada, por que não adotamos uma abordagem semelhante para discutir questões como as do Rio Grande do Sul ou questões ambientais? É fundamental que o diálogo seja mais claro e eficaz", diz Carvalho.

Carvalho assumiu a presidência da entidade pela primeira vez em 2012, cumprindo dois mandatos até 2018. Recentemente, foi reeleito para um novo mandato, que se estenderá pelo biênio 2024/2025.

Agronegócio brasileiro no cenário global

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em apenas sete meses de 2024, o Brasil atingiu um recorde anual de aberturas de mercado para produtos agrícolas no comércio internacional, com 82 novas expansões em 34 países desde o início do ano.

Para Carvalho, a demanda pelos produtos do agronegócio brasileiro deve continuar forte, mesmo com a persistência de juros elevados tanto no Brasil, pelo Banco Central (BC), quanto nos Estados Unidos, pelo Federal Reserve (Fed).

"Mesmo com uma pequena desaceleração, o Brasil continua robusto. Acredito que nossa missão é manter esse desempenho e ajustar as medidas unilaterais que surgem, como algumas mudanças na União Europeia, que estão começando a ser revistas. Mesmo com a desaceleração econômica nos Estados Unidos e na China, continuo acreditando fortemente que o Brasil seguirá prosperando", disse o presidente da Abag.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgriculturaAgropecuária

Mais de EXAME Agro

Newcastle: Agricultura declara fim de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul

Governo Milei corta impostos sobre exportação do setor pecuário argentino

Brasil e Chile fecham acordo para ampliar parceria no agronegócio

O homem que reinventou o agro no cerrado e é reconhecido até pelo Japão

Mais na Exame