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Fávaro vai à Comissão de Agricultura da Câmara explicar suspeitas sobre leilão de arroz

Na semana passada, o governo cancelou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 19 de junho de 2024 às 10h13.

Última atualização em 19 de junho de 2024 às 10h16.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, irá nesta quarta-feira, 19, à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados para explicar sobre os estoques públicos de arroz e a necessidade de importar o cereal.

Na semana passada, o governo federal cancelou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado, justificando que as quatro empresas vencedoras não comprovaram capacidade técnica. Um novo leilão, com condições revisadas, está programado.

Bancada do agro vai ao Cade

A Comissão de Agricultura da Câmara pedirá ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça, que investigue as suspeitas de cartel no leilão de arroz. De acordo com a Lei de Defesa da Concorrência, as supostas irregularidades exigem a abertura imediata de um inquérito administrativo.

Para o presidente da Comissão e vice-líder da oposição, deputado Evair de Melo (PP-ES), não há dúvidas sobre o envolvimento de agentes do governo no certame. "Parece mais do que convinvente que o Cade precisa verificar isso. Para nós não resta mais dúvidas e estamos no rastro", disse à EXAME.

O requerimento, aprovado por unanimidade pela Comissão, foi apresentado pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) e outros cinco parlamentares, que afirmam haver “indícios robustos da prática de cartel pelos licitantes”.

Estoques de arroz

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou nesta quarta-feira que os novos dados de oferta e demanda de arroz no Brasil, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que os estoques em dezembro de 2024 serão melhores do que o previsto nas estimativas de abril – período anterior às enchentes no Rio Grande do Sul.

De acordo com o Cepea, os dados sugerem que as incertezas quanto ao abastecimento foram superadas. As novas projeções apontam para uma disponibilidade interna maior do que a de 2023, resultando em excedentes significativos. Com uma possível redução nas exportações, os estoques de dezembro de 2024 devem ser superiores aos do mesmo período do ano anterior.

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