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VR Gamer: a aposta do entretenimento dentro de shoppings

Empresa é a primeira do país a abrir um espaço para que até três pessoas joguem ao mesmo tempo um game de realidade virtual

VR GAMER: rede franqueia centros de jogos com tecnologia de realidade virtual (VR Gamer/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2018 às 17h09.

Última atualização em 6 de março de 2018 às 20h10.

Um posto de gasolina mal iluminado é, com frequência, o cenário de thrillers americanos. São séries como Twin Peaks e Stranger Things, para ficar em atrações mais recentes — ou então filmes mais antigos, como Monsters, de 2010, e seus dois grandes alienígenas em formato de polvo. Agora, por meio da tecnologia de realidade virtual é possível não só ver esse tipo de cena, mas também interagir — leia-se atirar nos seres extraterrestres — e se deslocar pelo local. Essa é a proposta de um do jogos disponíveis na VR Gamer, um empresa que acaba de abrir seu segundo espaço para experiências de realidade virtual, na grande São Paulo, e que planeja uma expansão por meio de franquias em shoppings em 2018.

Espaços como o da VR Gamer são conhecidos como arcades, uma versão moderna dos fliperamas e lan houses do passado. A diferença aqui é que todos os jogos e equipamentos são voltados para a realidade virtual. No espaço inaugurado em dezembro no Shopping Granja Vianna, Leandro Sarubbi, fundador da empresa, desenvolveu um jogo próprio em que até três pessoas precisam defender um posto de combustível de seres saídos da ficção científica. Vestindo uma mochila com o computador, óculos virtuais e armas como controle remoto, é possível atirar em algo similar a uma sanguessuga com dentes afiados. Com duração de 10 minutos, a experiência é inédita no Brasil.

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“Nós queríamos ir além de um jogo que envolvesse apenas o uso dos óculos virtuais”, afirma Sarubbi. Além do game do posto de gasolina, a VR Gamer oferece os principais jogos de VR do mercado. Há os títulos da franquia Star Wars, Resident Evil, além de simuladores de corrida — em que é possível entrar também num cockpit. Uma hora de diversão, que pode ser divida por diversos títulos, custa 60 reais. Além da unidade na Granja Viana, a empresa possui um arcade na Vila Mariana, na capital paulista.

O negócio da VR Gamer segue tendência internacional. Parques de diversão ao redor do mundo, como Disney e Sea World, estão investindo em atrações de VR para continuar a atrair seu público. O setor de arcades também está em franca expansão na China. Segundo a fabricante de eletrônicos HTC, dos óculos Vive, há mais de 3.000 arcades espalhados pelo país. Todos, afinal, estão de olho num mercado crescente. Até 2025, segundo o Fórum Econômico Mundial, os jogos de VR representarão um setor de 27 bilhões de dólares em receitas.

A empresa também espera crescer com uma outra mudança importante no setor de shopping centers. Cada vez mais os centros de compras estão procurando atrações capazes de gerar fluxo de consumidores. “Acreditamos que temos aquilo que os shoppings do futuro procuram, que é entretenimento”, diz Marcus Rosier, sócio com seis anos de experiência na administradora de shoppings BRMalls e responsável pela expansão da marca. A ideia é chegar no final de 2018 com 10 lojas abertas por meio do sistema de franquias. O investimento inicial necessário é de 300.000 reais — metade disso é usado para a compra de equipamentos — e o retorno é estimado em 20 meses.

O desafio desse negócio, no entanto, é evitar que o avanço da tecnologia acabe por tornar o arcade obsoleto — como aconteceu com os fliperamas, após o sucesso do console ou com as lan houses no momento da ampliação do acesso à internet no Brasil. Esse problema é potencializado porque as próprias fabricantes sabem que precisam baratear os equipamentos, condição necessária para que os jogos de VR cheguem aos lares. No último ano a HTC reduziu o preço dos óculos Vive em 200 dólares. O Oculus Rift, do Facebook, planeja uma versão de entrada de seu kit ainda neste semestre.

Nesse cenário, a VR Gamer é pressionada. “A nossa ideia é ter cada vez mais espaços insubstituíveis, além de jogos próprios”, afirma Sarubbi. “Por mais que as pessoas possam comprar videogames com VR, elas ainda não terão a experiência de jogar num grande espaço”. Parte disso está expresso num plano para os próximos meses: lançar uma nova versão do jogo no posto de gasolina em que será mais difícil matar os monstros que surgirem.

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