Vendedor de sucata dos EUA encontra ovo Fabergé de US$20 milhões
Ovo dourado de 8 centímetros foi retirado às pressas de São Petersburgo depois da Revolução Bolchevique de 1917
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 14h46.
Quando um vendedor de sucata do Meio-Oeste dos Estados Unidos comprou um ornamento dourado em um mercado de pulgas, nem passou pela sua cabeça que era o dono de um ovo Fabergé de 20 milhões de dólares oriundo da corte da Rússia imperial.
Em um mistério digno da história tumultuada da ostentatória elite russa, o ovo dourado de 8 centímetros foi retirado às pressas de São Petersburgo depois da Revolução Bolchevique de 1917 e ficou desaparecido durante décadas nos Estados Unidos.
Um homem não identificado nos EUA avistou o ovo enquanto procurava objetos de ouro e o comprou por 14.000 dólares esperando conseguir um dinheiro fácil vendendo-o a um derretedor de metais. Mas não houve compradores, porque ele tinha superestimado o valor do relógio e das joias dentro do ovo.
Desesperado, o homem pesquisou na Internet e se deu conta de que podia estar com o ovo que o czar russo Alexander III deu à sua mulher, Maria Feodorovna, na Páscoa de 1887. Quando o vendedor de sucata procurou o antiquário londrino Wartski, ficou chocado.
"Ele estava com a boca seca de medo, nem conseguia falar. Um homem de jeans, tênis e camisa xadrez me mostrou foto do ovo imperial perdido. Eu sabia que era genuíno", disse Kieran McCarthy, diretor do antiquário Wartski, à Reuters.
"Ele ficou completamente fora de si, não conseguia acreditar no tesouro que tinha", disse McCarthy, que em seguida viajou a uma pequena cidade norte-americana para inspecionar o ovo de ouro amarelo na cozinha do vendedor.
O antiquário Wartski comprou o ovo para um colecionador particular não identificado. McCarthy disse não poder revelar a identidade do homem que encontrou o ovo, o valor da venda ou o colecionador, embora tenha declarado que este último não é russo.
A Reuters não pôde verificar a história sem a identidade dos envolvidos, e quando indagado se a história não era fantástica demais para ser verdade, McCarthy afirmou:
"Somos antiquários, então duvidamos de tudo, mas esta história é tão maravilhosa que não dava para inventar, está além da ficção e faz parte da lenda dos antiquários, não há nada igual".
Os ovos requintados de Peter Carl Fabergé se tornaram mitológicos desde que foram criados para os czares russos. Só a realeza e bilionários podem ter esperanças de colecioná-los. Entre seus proprietários atuais estão a rainha Elizabeth, da Inglaterra, e o Kremlin.
Peter Carl Fabergé fabricou cerca de 50 ovos imperiais para os czares russos entre 1885 e 1916. Quarenta e dois sobreviveram, de acordo com Fabergé. Outros foram feitos para mercadores.