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Ursos polares, agora, estão comendo golfinhos (!)

O aquecimento do Ártico está mudando significativamente o ecossistema e as relações entre as espécies, disseram os pesquisadores

Mudanças: após comer um golfinho, o urso cobriu seu alimento com neve para guardar para mais tarde. (Polar Research)

Vanessa Barbosa

Publicado em 14 de junho de 2015 às 12h43.

São Paulo - Pela primeira vez, um grupo de cientistas observou ursos polares comendo golfinhos-de-bico-branco no fiórde de Svalbard, no ártico norueguês.

Golfinhos são comuns na região, mas não tão ao norte.

Os pesquisadores acreditam que eles foram atraídos para lá por conta das águas mais quentes, outro fenômeno incomum para aquele território durante a primavera.

Segundo o estudo, publicado na rede Polar Research, os golfinhos acabaram presos sob o gelo intacto da superfície e, para respirar, vinham à tona através de pequenas brechas no gelo, tornando-se presas fáceis dos ursos polares.

"Este é o primeiro registro da espécie como uma presa do urso polar", disseram os autores da pesquisa, liderada pelo Instituto Norueguês Polar.

Acrescentando, em seguida: "O aquecimento do Ártico está mudando significativamente o ecossistema e as relações entre as espécies".

Os pesquisadores observaram, ao todo, sete carcaças de golfinhos perto da área de análise. Segundo os cientistas, um dos ursos estava tão magro que suas costelas eram visíveis através da pele.

Após comer um golfinho, o urso cobriu seu alimento com neve para guardar para mais tarde.

Ainda de acordo com a pesquisa, à medida que o Ártico aquece em meio às mudanças do clima , golfinhos poderiam tornar-se uma refeição mais regular.

Para os ursos, conhecidos por seu apetite oportunista, isso até seria uma boa notícia, uma vez que o acesso ao seus alimentos costumeiros pode tem sido prejudicado pelo aquecimento global. Já, para os golfinhos, nem tanto.

São Paulo - O Instituto Internacional para a Exploração de Espécies, da Universidade do Arizona, lançou o seu “Top 10” de novas espécies de animais, plantas e fungos que mais causaram frenesi no ano passado. Tão vasta quanto surpreendente, a lista alerta para a necessidade urgente de se preservar a rica biodiversidade do Planeta . É preciso agir rápido. O desenvolvimento, a caça e as mudanças climáticas ameaçam levar à extinção centenas de espécies. De um inseto-pau gigante, passando por uma vespa que usa um escudo químico contra predadores, ao peixe japonês que faz arte na areia, conheça nos slides as espécies recém-descobertas mais incríveis, segundo os cientistas.
  • 2. Bicho-pau gigante ( Phryganistria tamdaoensis)

    2 /11(© Jonathan Brecko/IISE + ESF)

  • Veja também

    País: Vietnã O Phryganistria tamdaoensis é uma nova espécie de bicho-pau gigante, que chega a 23 centímetros de comprimento. Um verdadeiro mestre da camuflagem, ele passou despercebido durante anos no Parque Nacional de Tam Dao, em uma área montanhosa no noroeste do Vietnã.  Espécimes vivos estão em exposição no biotério do Instituto Real Belga de Ciências Naturais de Bruxelas.
  • 3. Planta Coral (Balanophora coralliformis)

    3 /11(© P.B. Pelser & J.F. Barcelona/IISE + ESF)

  • País: Filipinas Esta planta parasita recém-descoberta (e, acredite, já em risco de extinção) tem aparência de coral, mas vive a 1.500 metros de altitude nas encostas do Monte Mingan, nas Filipinas, em áreas de florestas cobertas de musgo. Plantas parasitas não contém clorofila e são incapazes de realizar fotossíntese, por isso se "alimentam" dos nutrientes de outras plantas vivas. Elas possuem órgãos de sucção especiais, que penetram nos feixes condutores da planta hospedeira.
  • 4. Aranha ginasta (Cebrennus rechenbergi)

    4 /11(© Prof. Dr.Ingo Rechenberg/Technical University Berlin)

    País: Marrocos Encontrada no deserto do Marrocos, esta aranha ágil usa um truque digno de ginastas para escapar de situações ameaçadoras. Quando se sente em risco, a aranha assume logo uma postura ameaçadora, mas, se o perigo persiste, as corridas se tranformam numa série de "cambalhotas" velozes.  Terreno não é problema: ela faz suas rotações em terrenos planos, declives e até mesmo em subidas. As altas temperaturas do seu habitat deserto seria fatal para a aranha se ela persistisse nessa rotina de piruetas, que demanda muita energia, por muito tempo. Por isso, as "cambalhotas" são seu último recurso.
  • 5. Peixe artista (Torquigener albomaculosus)

    5 /11(Montagem sobre fotos de YOJI OKATA)

    País: Japão Outra espécie sensacional recém-descoberta é a Torquigener albomaculosus, pertecente à família do peixe-balão. Seus espécimes possuem verdadeiros dotes artísticos: para atrair as fêmeas, os machos fazem intrincados desenhos circulares no fundo do mar, nadando e contorcendo-se na areia. Fazia um tempão que os cientistas procuravam a identidade desses "artistas" do mar.
  • 6. Um enigma no mar (Dendrogramma enigmatica)

    6 /11(© Jørgen Olesen/IISE + ESF)

    País: Austrália Encontrada no mar da Austrália a mil metros de profundidade, a Dendrogramma enigmatica é um animal multicelular parecido com cogumelos. Seu corpo consiste, basicamente, de uma haste de 8 milímetros com uma extremidade na forma de um disco achatado e a boca  na outra ponta. Segundo os cientistas, esta nova espécie pode estar relacionada ao filo Cnidaria (medusas, corais, anêmonas do mar e hidras ) ou Ctenophora (águas-vivas-de-pente ou carambolas-do-mar ), ou ainda ser um filo inteiramente novo. Eles também se assemelham a fósseis do tempo pré-cambriano. Todo o mistério que envolve este animal é responsável por seu nome: Dendrogramma enigmatica.
  • 7. Uma vespa muito esperta (Deuteragenia ossarium)

    7 /11(© Michael Staab/IISE + ESF)

    País: China Esta vespa da China chama atenção pela forma singular de proteger sua prole. Ela coloca formigas mortas no seu ninho, que liberam um gás capaz de mascarar o cheiro das próprias larvas, afastando eventuais predadores. Segundo os cientistas, trata-se do primeiro animal conhecido a utillizar essa barreira química como forma de proteger o ninho. A espécie foi encontrada na Reserva Natural de Gutianshan no leste da China.
  • 8. Lesma multicolorida (Phyllodesmium acanthorhinum)

    8 /11(© Robert Bolland/IISE + ESF)

    País: Japão Sem dúvida, um dos mais belos exemplares do Top10 é esta lesma do mar de tons azul, vermelho e dourado, residente nas ilhas do Japão. Mas não foram apenas as cores que atraíram os cientistas. Este gastrópode pode ajudar a compreender como é que as algas existentes no seu tubo digestivo produzem nutrientes para a lesma a partir dos corais que ela ingere.
  • 9. Uma rã fora do comum (Limnonectes larvaepartus)

    9 /11(© Jimmy A. McGuire/IISE + ESF)

    País: Indonésia A rã Limnonectes larvaepartus é outro animal que figura na lista por seu comportamento parental fora do comum. Ao invés de pôr ovos como a maioria das mais de 6 mil espécies de rãs conhecidas, ou de dar à luz rãzinhas completamente formadas, ela deposita girinos diretamente na água.
  • 10. Bromélia de Natal (Tillandsia religiosa)

    10 /11(© A. Espejo/IISE and ESF)

    País: México Esta bromélia é um exemplo de espécie muito conhecida por habitantes locais, mas só recentemente descoberta pela ciência. Ela é comumente incoporadar em altares feitos por moradores para retratar o nascimento de Cristo, durante as celebrações de Natal no México. Chamada de Tillandsia religiosa, ela possui picos de cor-de-rosa e folhas verdes planas e pode atingir até 1,5 metros de altura nas regiões montanhosas de Morelos, no Norte do México, a altitudes entre os 1800 e 2100 metros.
  • 11. "Galinha do inferno"

    11 /11(MARK A. KLINGLER / CARNEGIE MUSEUM OF NATURAL HISTORY)

    País: Estados Unidos Com jeitão de pássaro, o Anzu wyliei faz parte de um grupo de dinossauros que viveram na América do Norte, contemporâneos aos famosos T.Rex e Triceratops. Esta espécie fazia ninhos e sentava-se sobre os ovos até que eles chocassem. Suas características de pássaro–penas, ossos ocos e um focinho curto semelhante ao bico de um papagaio–renderam-lhe o apelido de "Galinha do Inferno". Três esqueletos parciais bem preservados foram descobertos no Norte e Dakota do Sul, na Formação Hell Creek.
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