União Europeia afirma que Google abusou da posição dominante em matéria de anúncios online
A Comissão indicou que "informou o Google sobre a conclusão preliminar de que a empresa violou as normas da UE, ao distorcer a concorrência na indústria de publicidade", por meio do abuso de sua posição dominante
Agência de notícias
Publicado em 14 de junho de 2023 às 13h30.
Última atualização em 14 de junho de 2023 às 14h24.
A Comissão Europeia, o braço Executivo da União Europeia ( UE ), afirmou nesta quarta-feira, 14, que o gigante tecnológico Google cometeu práticas anticompetitivas e abusou de sua posição dominante em matéria de anúncios on-line, o que a empresa nega.
Em um comunicado oficial, a Comissão indicou que "informou o Google sobre a conclusão preliminar de que a empresa violou as normas da UE, ao distorcer a concorrência na indústria de publicidade", por meio do abuso de sua posição dominante.
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A Comissão abriu em junho de 2021 uma investigação sobre as condutas do Google em matéria de concorrência de publicidade on-line e agora, ao publicar suas conclusões preliminares, convidou a empresa a apresentar seus argumentos.
A Comissão também expressou sua preocupação de que "as condutas supostamente intencionais do Google" para beneficiar seus próprios dispositivos de publicidade possam ter tido efeitos adversos para a concorrência. Esse abuso de posição dominante, indicou a Comissão, teria ocorrido "pelo menos desde 2014".
Caso a Comissão Europeia mantenha a posição depois do fim das investigações e de ouvir os argumentos do grupo de tecnologia, a instituição terá a possibilidade de aplicar multas que podem chegar a 10% da receita global do Google.
Cessão de serviços
Para a Comissão "é provável" que uma resposta de mudança de atitude "seja ineficaz para evitar o risco de que o Google continue com tais condutas".
O Google, acrescentou a Comissão, é ativo "em ambos os lados do mercado, com seu servidor de anúncios para editores e suas ferramentas de compra de anúncios, e tem uma posição dominante em ambos os extremos".
Isso "leva a uma situação de conflito de interesses inerente ao Google. Portanto, a opinião preliminar da Comissão é que apenas a cessão obrigatória, por parte do Google, de uma parte de seus serviços resolveria seus problemas de concorrência", afirmou.
Para a comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, a magnitude do caso "reflete como o Google é onipresente, e pensamos que um desinvestimento é a única forma de resolver isso".
O Google rejeitou a acusação e afirmou que pretende responder. "Não estamos de acordo com a visão da Comissão Europeia e responderemos", afirmou o vice-presidente mundial de Anúncios do Google, Dan Taylor, em um comunicado.
Para o executivo, a Comissão se concentrou em um "aspecto muito limitado" dos negócios do Google nesse segmento e acrescentou que "isso não é nada novo".
"Nossas ferramentas de tecnologia publicitária ajudam sites e aplicativos a financiar seu conteúdo e permitem que empresas de todos os tamanhos alcancem novos clientes de forma eficaz", alegou Taylor.
Portanto, completou, "o Google continua comprometido com a criação de valor para nossos parceiros editores e anunciantes nesse setor altamente competitivo".
A empresa já foi multada pela UE em um total de 8 bilhões de euros (42 bilhões de reais) por práticas anticompetitivas.