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Um iPhone seminovo

Sérgio Teixeira Jr., de Nova York A Apple apresentou nesta quarta-feira a nona edição do iPhone num evento realizado em San Francisco. Não houve surpresas – há alguns anos os detalhes dos novos modelos vêm aparecendo na internet nas semanas que antecedem os grandes lançamentos. Todas novidades já tinham vazado, mas as hipérboles continuaram as […]

TIM COOK E O NOVO IPHONE: o aparelho esgotou nos estoques e na maioria das lojas ao redor do mundo / Beck Diefenbach/ Reuters
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Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2016 às 17h29.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 17h52.

Sérgio Teixeira Jr., de Nova York

A Apple apresentou nesta quarta-feira a nona edição do iPhone num evento realizado em San Francisco. Não houve surpresas – há alguns anos os detalhes dos novos modelos vêm aparecendo na internet nas semanas que antecedem os grandes lançamentos. Todas novidades já tinham vazado, mas as hipérboles continuaram as mesmas, incluindo a obrigatória: “o iPhone 7 é o melhor smartphone jamais produzido pela Apple”. O que não se sabe é que impacto esta versão requentada do aparelho vai ter sobre as receitas da Apple, que vêm caindo há dois trimestres consecutivos.

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Tim Cook, o CEO da empresa, abriu o evento com os habituais números de vendas. A Apple já vendeu mais de 1 bilhão de iPhones. A loja de aplicativos App Store contabiliza 140 bilhões de downloads e, apesar de alguns analistas afirmarem que há uma saturação de apps, o negócio continua crescendo em ritmo assustador: nos últimos dois meses, houve o dobro de downloads em comparação com julho e agosto do ano passado. Segundo a empresa, as receitas com as vendas de aplicativos para iPhones e iPads são o dobro das obtidas pelo concorrente direto, a Google Play. Mais um número destacado por Cook foi o do Apple Music. O serviço de música por assinatura conta com 17 milhões de usuários e só no último ano foi a plataforma escolhida por 70 artistas para o lançamento de seus discos – uma das principais armas contra o líder mundial dessa categoria, a empresa sueca Spotify.

A primeira parte do evento foi dedicada ao novo relógio inteligente, batizado de Apple Watch series 2. Um ano e meio depois do lançamento do relógio, a empresa ainda não divulgou o número de unidades vendidas. Cook afirmou apenas que a Apple é a segunda maior empresa de relógios do mundo em faturamento, atrás apenas da Rolex.

O novo modelo é praticamente idêntico à versão original, com algumas melhorias técnicas: o relógio agora é à prova d’água (até 50 metros de profundidade) e tem um processador mais rápido. O relógio também tem GPS, o que significa que não é mais necessário levar o iPhone junto para registrar o percurso de uma corrida, por exemplo. A empresa também anunciou um modelo desenvolvido em conjunto com a Nike destinado especificamente aos corredores. Os novos modelos estarão disponíveis para pré-venda no dia 9 de setembro nos Estados Unidos (não foi anunciada a data de lançamento no Brasil), com preços a partir de 369 dólares. O modelo antigo, com um novo processador, vai custar 269 dólares.

Em termos de design, o novo iPhone é bastante parecido com a versão atual, o iPhone 6s. O exterior recebeu alguns refinamentos: novo material e duas novas cores. As especificações técnicas também foram atualizadas, como sempre. O novo aparelho é mais rápido e tem tela mais iluminada e capaz de exibir mais cores. A câmera recebeu upgrades (agora tem 12 megapixels e estabilização ótica em todos os modelos), e o iPhone 7 Plus, o híbrido de telefone e tablet, vai contar com duas câmeras diferentes, uma grande angular e uma para telefotos. E, pela primeira vez, o iPhone é à prova d’água.

Mas talvez a grande novidade do evento desta quarta-feira tenha sido uma ausência: os novos iPhones não têm mais saída para fones de ouvido. Agora, os ubíquos fones brancos se conectam na porta Lightning, a mesma usada para carregar a bateria. Donos de fones de ouvidos antigos poderão utilizar um adaptador (incluído) ou então comprar os novos fone sem fio apresentados pela companhia, chamados Air Pods.

As vendas começam em 13 de setembro, e os preços serão os mesmos da geração anterior (a partir de 649 dólares para o iPhone 7 e 769 dólares para o iPhone 7 Plus). O Brasil não figura nas duas primeiras levas de países que poderão comprar o novo iPhone.

Em julho, a Apple anunciou o segundo trimestre consecutivo de queda em suas receitas e lucros. Consumidores, investidores e analistas já sabiam que a nova versão do iPhone não traria nenhuma grande novidade – aparentemente elas estão sendo guardadas para 2017, quando o aparelho comemora 10 anos. Mas as vendas devem voltar a crescer apesar das poucas inovações. Em primeiro lugar, a segunda metade do ano, especialmente o período do Natal, é historicamente o período em que os consumidores mais trocam de celulares.

E o lançamento do novo iPhones acontece em meio a um dos maiores recalls de celulares de todos os tempos. Na semana passada, a Samsung anunciou o recolhimento de 2,5 milhões de aparelhos Galaxy Note 7. Os primeiros modelos vendidos tinham um defeito na bateria que causava risco de explosão. O custo do recall não foi divulgado pela empresa, mas analistas estimam um prejuízo de 900 milhões de dólares. O Galaxy Note 7 é o maior modelo de smartphone da Samsung e compete diretamente com o iPhone 7 Plus, apresentado nesta quarta-feira.

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