Tinder é usado por jovens pouco dispostos a gastar dinheiro
Enquanto muitos usuários têm diversos aplicativos grátis de encontros, empresas como o Tinder buscam convencer seus clientes a gastarem dinheiro
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 18h05.
Nova York - Paul Eggler tem três aplicativos grátis de encontros em seu smartphone e ainda não encontrou uma parceira.
Mesmo assim, o jovem de 28 anos, que está fazendo um mestrado em Ciência da Computação na Universidade de Washington em St. Louis, não está disposto a pagar para ter mais recursos ou contar com um serviço de encontros premium, que poderia dar mais chances a ele.
“Para que gastar 20 dólares por mês quando os aplicativos grátis são tão bons?”, disse Eggler, que está usando o Tinder Inc., o Hinge Inc. e o Coffee Meets Bagel Inc. para achar uma parceira.
Enquanto o Tinder programa o lançamento de serviços para o mês que vem -- incluindo a possibilidade de desfazer as opções que indicam se há ou não interesse em um possível parceiro --, existe uma disputa para convencer usuários como Eggler a gastarem dinheiro .
Isso ocorre em um momento em que os solteiros jovens estão confiando menos no EHarmony Inc. e em outros sites tradicionais de encontros, que podem custar US$ 30 a US$ 40 por mês e geralmente miram uma faixa etária mais velha.
O que está em jogo é uma fatia de um setor com vendas anuais de mais de US$ 2 bilhões, segundo a IBISWorld.
“Todos os olhos estão no Tinder no momento”, disse Mark Brooks, analista e consultor de sites de encontros. “Eles vão estabelecer o tom da monetização”.
O Tinder, cuja empresa tem sede em West Hollywood, Califórnia, vem testando o Tinder Plus, que também permite que as pessoas busquem encontros ao redor do mundo por diversos preços, com um máximo de US$ 20 por mês, dependendo dos recursos oferecidos.
O Tinder faz parte da IAC/InteractiveCorp, empresa holding de Barry Diller, dona de sites e aplicativos de encontros, incluindo Match, OkCupid e HowAboutWe. Sam Yagan, CEO no comando da divisão de relacionamentos da IAC, disse que o aplicativo é interessante, mesmo se não houver uma adoção generalizada do Tinder Plus.
“A maioria das pessoas decidirá não usá-lo”, disse Yagan. “Estamos na primeira fase da monetização. Estamos tentando descobrir quais os recursos que os usuários gostam mais”.
Dinheiro dos encontros
O Tinder poderá coletar US$ 45 milhões em receitas em 2015, estima a Oppenheimer Co. Isso tornaria difícil para a IAC atingir sua meta, segundo a qual o Tinder geraria até US$ 75 milhões por ano em lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
“A matemática sugeriria que eles estão vendo que os usuários estão felizes, de uma forma geral”, disse Jason Helfstein, analista da Oppenheimer. “A empresa, no momento, está suficientemente confiante para cobrar os usuários pelo uso de determinados recursos”.
Entre os desafios do Tinder também estão o transtorno causado por uma ação judicial de assédio sexual movida por uma executiva e o dilema enfrentado por todos os aplicativos ou serviços de encontro: um encontro bem-sucedido implica na perda de um cliente disposto a pagar. Quando os usuários encontram um parceiro, eles deixam de precisar do serviço, pelo menos até ficarem solteiros novamente.
A situação é pior quando o aplicativo começa como um serviço gratuito.
Quase metade da receita dos serviços de encontro é dividida por três empresas, segundo a IBISWorld. A IAC é a líder, com 27 por cento de participação de mercado, seguida da Eharmony, com 14 por cento, e da Zoosk, com 5,1 por cento.
Os aplicativos de encontros recolheram US$ 64,8 milhões em capital de risco ao longo de 2014, segundo a CB Insights, e estão em disputa para acumular novos membros e abrir vantagem sobre os concorrentes.
“Uma das coisas mais difíceis nesse setor é desenvolver uma base de usuários”, disse Jeremy Edwards, analista da IBISWorld. “Nos primeiros cinco a 10 anos de desenvolvimento, muitas empresas se concentrarão nos esforços de marketing e não tentarão, de fato, ser rentáveis”.
Nova York - Paul Eggler tem três aplicativos grátis de encontros em seu smartphone e ainda não encontrou uma parceira.
Mesmo assim, o jovem de 28 anos, que está fazendo um mestrado em Ciência da Computação na Universidade de Washington em St. Louis, não está disposto a pagar para ter mais recursos ou contar com um serviço de encontros premium, que poderia dar mais chances a ele.
“Para que gastar 20 dólares por mês quando os aplicativos grátis são tão bons?”, disse Eggler, que está usando o Tinder Inc., o Hinge Inc. e o Coffee Meets Bagel Inc. para achar uma parceira.
Enquanto o Tinder programa o lançamento de serviços para o mês que vem -- incluindo a possibilidade de desfazer as opções que indicam se há ou não interesse em um possível parceiro --, existe uma disputa para convencer usuários como Eggler a gastarem dinheiro .
Isso ocorre em um momento em que os solteiros jovens estão confiando menos no EHarmony Inc. e em outros sites tradicionais de encontros, que podem custar US$ 30 a US$ 40 por mês e geralmente miram uma faixa etária mais velha.
O que está em jogo é uma fatia de um setor com vendas anuais de mais de US$ 2 bilhões, segundo a IBISWorld.
“Todos os olhos estão no Tinder no momento”, disse Mark Brooks, analista e consultor de sites de encontros. “Eles vão estabelecer o tom da monetização”.
O Tinder, cuja empresa tem sede em West Hollywood, Califórnia, vem testando o Tinder Plus, que também permite que as pessoas busquem encontros ao redor do mundo por diversos preços, com um máximo de US$ 20 por mês, dependendo dos recursos oferecidos.
O Tinder faz parte da IAC/InteractiveCorp, empresa holding de Barry Diller, dona de sites e aplicativos de encontros, incluindo Match, OkCupid e HowAboutWe. Sam Yagan, CEO no comando da divisão de relacionamentos da IAC, disse que o aplicativo é interessante, mesmo se não houver uma adoção generalizada do Tinder Plus.
“A maioria das pessoas decidirá não usá-lo”, disse Yagan. “Estamos na primeira fase da monetização. Estamos tentando descobrir quais os recursos que os usuários gostam mais”.
Dinheiro dos encontros
O Tinder poderá coletar US$ 45 milhões em receitas em 2015, estima a Oppenheimer Co. Isso tornaria difícil para a IAC atingir sua meta, segundo a qual o Tinder geraria até US$ 75 milhões por ano em lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
“A matemática sugeriria que eles estão vendo que os usuários estão felizes, de uma forma geral”, disse Jason Helfstein, analista da Oppenheimer. “A empresa, no momento, está suficientemente confiante para cobrar os usuários pelo uso de determinados recursos”.
Entre os desafios do Tinder também estão o transtorno causado por uma ação judicial de assédio sexual movida por uma executiva e o dilema enfrentado por todos os aplicativos ou serviços de encontro: um encontro bem-sucedido implica na perda de um cliente disposto a pagar. Quando os usuários encontram um parceiro, eles deixam de precisar do serviço, pelo menos até ficarem solteiros novamente.
A situação é pior quando o aplicativo começa como um serviço gratuito.
Quase metade da receita dos serviços de encontro é dividida por três empresas, segundo a IBISWorld. A IAC é a líder, com 27 por cento de participação de mercado, seguida da Eharmony, com 14 por cento, e da Zoosk, com 5,1 por cento.
Os aplicativos de encontros recolheram US$ 64,8 milhões em capital de risco ao longo de 2014, segundo a CB Insights, e estão em disputa para acumular novos membros e abrir vantagem sobre os concorrentes.
“Uma das coisas mais difíceis nesse setor é desenvolver uma base de usuários”, disse Jeremy Edwards, analista da IBISWorld. “Nos primeiros cinco a 10 anos de desenvolvimento, muitas empresas se concentrarão nos esforços de marketing e não tentarão, de fato, ser rentáveis”.