TIM investe US$ 1 bi em telefonia celular nacional com tecnologia GSM
A TIM Brasil, subsidiária da Telecom Italia Mobile (TIM), lançou oficialmente seu serviço de telefonia celular GSM no país nesta quarta-feira (16/10). Com investimento de 1 bilhão de dólares, a empresa espera ter em 2003 1,5 milhões de usuários dessa tecnologia. "O Brasil é o mercado mais importante da TIM depois da Itália. O país […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h37.
A TIM Brasil, subsidiária da Telecom Italia Mobile (TIM), lançou oficialmente seu serviço de telefonia celular GSM no país nesta quarta-feira (16/10). Com investimento de 1 bilhão de dólares, a empresa espera ter em 2003 1,5 milhões de usuários dessa tecnologia. "O Brasil é o mercado mais importante da TIM depois da Itália. O país é nosso foco estratégico para crescer na América Latina e no mundo", disse Marco de Benedetti, presidente mundial da empresa que está no Brasil para o lançamento dos novos serviços.
A TIM já opera no mercado de telefonia celular brasileiro, com 5 milhões de clientes. Sua área de atuação cobre 11 estados das regiões nordeste (TIM Nordeste), sul (TIM Sul) e sudeste (TIM Maxitel). A TIM que estréia agora terá cobertura nacional - a primeira do país - e usará outra tecnologia, o Global Mobile for Communications ou GSM. A tecnologia usada pela TIM atualmente é chamada TDMA.
Na prática, essa diferença tecnológica significa que a TIM que acaba de chegar é uma empresa completamente diferente da que já atua no país. Possui outra estratégia de negócio, outra infra-estrutura, outros serviços e, a princípio, outros clientes. É claro que a atual base de usuários conta como vantagem para o início dos novos serviços. "Ela nos dá uma experiência de mercado brasileiro que considero uma vantagem competitiva em relação à concorrência", afirma Marco de Lissicich Drazich, presidente da holding TIM Brasil.
A única concorrente da TIM na tecnologia GSM é a brasileira Oi, controlada pela empresa de telefonia fixa Telemar e que entrou em operação no final de julho deste ano. A Oi está com 500 mil usuários, segundo informações divulgadas em setembro.
A estratégia da TIM para ganhar clientes GSM é justamente a tecnologia. Desenvolvido na Europa na década de 1980, o GSM é o único sistema de telefonia móvel 100% digital do mundo. Eficiente na transmissão de voz e dados e à prova de clonagem, conquistou os Estados Unidos, criadores das tecnologias TDMA e CDMA, as duas que estão presentes no Brasil. As maiores empresas de telefonia americanas, a Cingular e a AT&T, estão mudando suas redes TDMA para GSM. Hoje, mais de 70% dos usuários do mundo inteiro usam celulares GSM.
No Brasil, a tendência é a mesma. A entrada da Oi, e agora da TIM, no mercado deve marcar o começo da mudança. Benedetti disse que no primeiro trimestre de 2003 começa a construir uma rede GSM sobreposta a rede TDMA das atuais empresas TIM Nordeste, TIM Sul e Maxitel. A grande maioria das empresas brasileiras também usa tecnologia TDMA e deve seguir a tendência americana de migrar para o GSM. Até a Vivo, associação entre Telesp Celular (CDMA) e Telefônica, pensa em adotar o GSM.
O maior desafio da TIM será no mercado da Oi (são 16 estados, do sudeste ao norte do país). A empresa da Telemar entrou em funcionamento alguns meses antes e conquistou uma boa fatia do mercado. Para esta briga, a TIM aposta nas promoções tarifárias e no marketing. Por exemplo, a empresa não irá cobrar a mais do usuário quando ele estiver fora de sua área original.
O atraso da entrada da TIM, que comprou a licença nacional em março de 2001, aconteceu porque a Telecom Italia era uma das controladoras da Brasil Telecom. Como a operadora fixa não cumpriu as metas da Anatel, seus sócios estão impedidos por lei de tocar outros negócios de telecomunicações. Os italianos, portanto, foram obrigados a se desfazer do controle da BrT (ainda possuem ações da empresa, mas são minoritários), o que aconteceu em junho deste ano. "Nosso foco agora é telefonia celular. Qualquer plano na área de telefonia fixa no Brasil está adiado", afirma Benedetti. O executivo não descarta, entretanto, a compra de ativos tanto de telefonia móvel quanto fixa, no futuro.
A TIM está presente no Chile, na Bolívia, no Peru e na Venezuela, onde oferece serviços GSM. "Quando entramos no Chile, em 1998, ocupávamos o terceiro lugar no mercado. Hoje, estamos em primeiro, depois de superar a Telefônica Celular e a Bell South ( que é a controladora da BCP ). Acho que isso irá se repetir no Brasil", disse Lissicich.