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TIM adota transparência para recuperar prejuízo de imagem

Operadora encomendou duas auditorias independentes com a Ericsson e a PricewaterhouseCooper

Blue Man Group fazendo propaganda para a TIM no Brasil: TIM está lançando um portal de transparência sobre a qualidade de seus serviços (Marcel Salim/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 09h49.

São Paulo - Após a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre, a TIM ressaltou que, apesar de ter registrado performance positiva, o prejuízo à imagem por conta das medidas da Anatel e das acusações de quedas de ligações foi sentido internamente.

Em conferência para analistas de mercado e jornalistas na manhã desta quarta-feira, 31, a companhia ressaltou suas medidas para combater esse impacto negativo, oferecendo maior transparência na relação com o consumidor. "Temos um plano de melhoria em andamento, com reuniões mensais de acompanhamento na Anatel, e estamos confiantes que é de grande relevância", afirmou o diretor de assuntos regulatórios da operadora, Mario Girassole. A companhia também afirmou estar com planos de um programa de comunicação no qual falará sobre compromisso de qualidade, melhorando não apenas de acordo com as metas da agência, mas "indo além e fazendo isso de forma transparente".

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Para rebater as acusações de que estaria derrubando chamadas de propósito nos planos Infinity, a operadora encomendou duas auditorias independentes com a Ericsson e a PricewaterhouseCooper. Segundo Girassole, ambas chegaram à mesma conclusão de que não houve anomalia na taxa de dropcall nos dias levantados pelo relatório da Anatel. "Queremos tratar o assunto de maneira transparente, por isso o relatório da PwC foi notificado à agência e o da Ericsson será nos próximos dias".

Por conta disso, a TIM está lançando um portal de transparência sobre a qualidade de seus serviços - http://qualidade.tim.com.br/. O site, ainda em construção, pretende mostrar um monitoramento com melhorias na rede, indicadores-chave de performance (KPI), incidentes e alertas na rede. Além disso, deverá exibir uma mancha real de cobertura, com indicações também de atuais e futuras novas instalações de antenas, bem como locais de hotsposts Wi-Fi.

Segundo o CMO da TIM Brasil, Roger Solé, as metas de qualidade para a banda larga móvel são mais complicadas de atender do que na oferecida pelo produto Live TIM. "Existe um controle de qualidade móvel, mas a capacidade depende da quantidade de clientes conectados. Por isso é tão importante fazer o fiber-to-the-site (FTTS), porque consegue aumentar muito a capacidade e conectar as torres", explica. No entanto, o aumento da cobertura 3G em 74 novas cidades durante o último trimestre não foi necessariamente com fibra. "Estamos incrementando [a cobertura] e indo cada vez mais para o interior, mas não é feito com fibra, são linhas alugadas. Nosso foco [com fibra] é nas capitais, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro", explica.


4G

Segundo Mario Girassole, a estratégia adotada de manter os mesmos fornecedores de 2G e 3G para a nova rede LTE é importante e estratégico, mesmo tendo fechado contratos com atraso em relação à concorrência. As vistorias dos sites já estão em andamento para entender as adequações e, em seguida, começar a implantar as redes. O executivo afirma que não serão feitos trials. "Isso já foi testado à exaustão de maneira exatamente igual ao que temos na Itália, então isso é uma vantagem importante".

Ele diz ainda que a faixa de 700 MHz, o dividendo digital, pode já ter maiores definições no primeiro trimestre de 2013.

Fibra

Após um ano da compra da AES Atimus, a infraestrutura da oferta de fibra da TIM foi tida como um destaque pela operadora. Prometendo em contrato um índice de entrega mínima de 60% da velocidade prometida, já adequada às metas da Anatel do Regulamento Geral de Qualidade do SCM (RGQ-SCM), a operadora afirma que está excedendo os resultados. "Do ponto de vista de performance, a entrega é até superior, pois prometemos 35 Mbps e entregamos 37 Mbps de download", afirma o executivo responsável pelo Live TIM, Rogério Takaynagi.

A estratégia agressiva de cobrar R$ 1 por megabit até o final do ano também foi um dos fatores apontados como fundamentais para o projeto. Segundo Takanayagi, a topologia é diferente e permite um custo baixo, pois a tecnologia empregada não é de fiber-to-the-home (FTTH), mas para uma caixa (da fornecedora ZTE) que leva a conexão por meio de cobre. "A gente tem um gasto por volta de R$ 80 [por home-passed], contra R$ 2 mil se decidíssemos por FTTH", afirma o executivo. Desta forma, fecha a conta em R$ 700 por domicílio. "À medida que colocamos mais, este custo diminui", diz. Ele acusa ainda a concorrência de omitir outros custos e serviços na publicidade de ofertas de ultra banda larga. "A gente considera enganosa porque falam apenas de banda larga e não dizem que precisa [estar atrelada a um] combo".


IPTV

A TIM declarou que não se incomoda com os investimentos em IPTV que a Telefônica está fazendo para relançar o serviço com a nova plataforma da Microsoft. A empresa afirmou que "não acredita em investimento em TV" por conta do retorno "muito superior em telecom" do ponto de vista de alocação de capital. Para a TIM, o investimento em conteúdo faz com que o preço da assinatura aumente. "No Brasil, é mais interessante ir com uma estratégia massiva com baixo custo em banda larga", afirma Andrea Mangoni , presidente TIM Brasil.

Smartphones

Mangoni ressaltou a importância da receita obtida com a venda de smartphones, que na operadora é feita sem subsídios e desatrelada a planos. "É uma estratégia fundamental que está suportando a nossa terceira onda de crescimento", afirma. Ele diz que a adoção está em uma fase de "adolescência", pois muitos dos aparelhos atualmente vendidos possuem conectividade com Internet, mas ainda com 2G. No entanto, mesmo com a maturidade para aparelhos 3G e 4G, eventualmente, a empresa não espera crescer muito mais com receita em aparelhos. De qualquer forma, a previsão é de que, em dois anos, os smartphones correspondam a 60% da base da TIM.

Regulamentação

Já mudanças nas regras das conexões on-net e off-net não parecem afetar a dinâmica da operadora. "A função do bill & keep é parcial e está sendo muito mais orientada para pequenas operadoras regionais, que têm dimensões muito menos abrangentes. Neste sentido, não vemos um cenário de tráfego muito diferente", explica Mario Girassole. A companhia ressaltou ainda que as medidas do PGMC para voz e dados só terão efeito a partir do segundo semestre de 2013 e que pontos sobre as condições do EILD, novas regras para comercialização de rede no atacado, deverão ser definidos em reunião com a Anatel no próximo dia 8 de novembro.

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