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;Tecnologia da TV digital é questão circunstancial;, diz ministro das Comunicações

Para a escolha dos padrões da TV digital brasileira, ainda estão em aberto questões como: é viável exigir vantagens comerciais fora da área de eletroeletrônicos? Qual será o peso relativo entre vantagens comerciais oferecidas e qualidade tecnológica de cada padrão? Quais são as reais necessidades do Brasil, do ponto de vista tecnológico? EXAME conversou sobre […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h41.

Para a escolha dos padrões da TV digital brasileira, ainda estão em aberto questões como: é viável exigir vantagens comerciais fora da área de eletroeletrônicos? Qual será o peso relativo entre vantagens comerciais oferecidas e qualidade tecnológica de cada padrão? Quais são as reais necessidades do Brasil, do ponto de vista tecnológico? EXAME conversou sobre esses assuntos com o ministro das Comunicações, Juarez Quadros. Eis as posições dele:

Sobre a data da decisão:

A Anatel está fazendo a modelagem para a escolha de um dos padrões e a exigência das contrapartidas comerciais. Ela deverá concluir essa modelagem ainda neste ano. Com base nessa modelagem, o governo tomará as decisões

Sobre o modelo de TV digital em outros países:

"A Anatel não está usando nenhum país como referência, prefere avaliar as necessidades brasileiras. O governo está em contato com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), que acompanha o processo de decisão em três grandes regiões em desenvolvimento: América Latina, Leste Europeu e China"

Sobre a importância dos aspectos econômicos e comerciais:

A questão tecnológica é circunstancial. Os padrões estão evoluindo e o relatório do CPqD já tem dois anos, poderá ser atualizado. Emprego e exportação são os balizadores do processo

Sobre a estratégia que o Brasil deve usar na negociação:

"Há três atividades econômicas envolvidas na negociação: fabricação de componentes, montagem de aparelhos e exportação. Hoje, o Brasil monta e exporta aparelhos de TV. Isso tem de ser mantido. Uma fábrica de semicondutores seria interessante, porque os semicondutores não serviriam somente para as TVs. Eles são necessários também em informática, telecomunicações, até na indústria automotiva

Sobre a possibilidade de o governo gastar dinheiro:

Não há nenhum pensamento nesse sentido. Podemos vir a pensar nisso em termos de financiamento em condições comerciais, sem subsídios, principalmente para os pequenos radiodifusores

Sobre a transição, estimado em 15 anos:

O prazo ainda não está definido, mas o pequeno radiodifusor terá tempo para se adaptar. Há mais de 50 milhões de aparelhos de TV no Brasil, mas quantos deles podem ser digitalizados? Há aparelhos de TV mais antigos que não aceitam a digitalização. Será preciso trocá-los?

Sobre a disputa entre a TV e o PC:

Temos de ver qual será o modelo de negócios. É isso que a empresa quer? Que a TV seja o computador da família? É verdade, ela poderá ser um terminal com múltiplas funções. Mas é preciso ver o que o indivíduo quer nesses processos novos. A tecnologia digital leva dados e interatividade para a TV, mas o consumidor quer isso?"

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Para a escolha dos padrões da TV digital brasileira, ainda estão em aberto questões como: é viável exigir vantagens comerciais fora da área de eletroeletrônicos? Qual será o peso relativo entre vantagens comerciais oferecidas e qualidade tecnológica de cada padrão? Quais são as reais necessidades do Brasil, do ponto de vista tecnológico? EXAME conversou sobre esses assuntos com o ministro das Comunicações, Juarez Quadros. Eis as posições dele:

Sobre a data da decisão:

A Anatel está fazendo a modelagem para a escolha de um dos padrões e a exigência das contrapartidas comerciais. Ela deverá concluir essa modelagem ainda neste ano. Com base nessa modelagem, o governo tomará as decisões

Sobre o modelo de TV digital em outros países:

"A Anatel não está usando nenhum país como referência, prefere avaliar as necessidades brasileiras. O governo está em contato com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), que acompanha o processo de decisão em três grandes regiões em desenvolvimento: América Latina, Leste Europeu e China"

Sobre a importância dos aspectos econômicos e comerciais:

A questão tecnológica é circunstancial. Os padrões estão evoluindo e o relatório do CPqD já tem dois anos, poderá ser atualizado. Emprego e exportação são os balizadores do processo

Sobre a estratégia que o Brasil deve usar na negociação:

"Há três atividades econômicas envolvidas na negociação: fabricação de componentes, montagem de aparelhos e exportação. Hoje, o Brasil monta e exporta aparelhos de TV. Isso tem de ser mantido. Uma fábrica de semicondutores seria interessante, porque os semicondutores não serviriam somente para as TVs. Eles são necessários também em informática, telecomunicações, até na indústria automotiva

Sobre a possibilidade de o governo gastar dinheiro:

Não há nenhum pensamento nesse sentido. Podemos vir a pensar nisso em termos de financiamento em condições comerciais, sem subsídios, principalmente para os pequenos radiodifusores

Sobre a transição, estimado em 15 anos:

O prazo ainda não está definido, mas o pequeno radiodifusor terá tempo para se adaptar. Há mais de 50 milhões de aparelhos de TV no Brasil, mas quantos deles podem ser digitalizados? Há aparelhos de TV mais antigos que não aceitam a digitalização. Será preciso trocá-los?

Sobre a disputa entre a TV e o PC:

Temos de ver qual será o modelo de negócios. É isso que a empresa quer? Que a TV seja o computador da família? É verdade, ela poderá ser um terminal com múltiplas funções. Mas é preciso ver o que o indivíduo quer nesses processos novos. A tecnologia digital leva dados e interatividade para a TV, mas o consumidor quer isso?"

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