Software livre gera mais inovação, diz Shuttleworth
O criador do Ubuntu, uma das distribuições de Linux de maior sucesso, diz que o futuro dos programas de computador está no modelo aberto
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h43.
O que o levou a investir em Linux para computadores pessoais?
Acreditamos que o Linux é uma ótima base para computadores pessoais poderosos e fáceis de usar, então iniciamos um planejamento três anos atrás para provar isso. Até agora está indo muito bem. O Linux para computadores pessoais é relativamente fácil para novos usuários e é poderoso, livre de vírus e pode ser personalizado - o que também agrada aos usuários experientes. Mas há desafios, como convencer fabricantes de equipamentos (hardware) a apoiar seus clientes que preferem o Linux. Mas, aos poucos, estamos ajudando a resolver esse problema. Ainda não chegamos lá, mas já vejo muitas pessoas que não são especialistas instalando e adorando o Linux, tanto na forma do Ubuntu como em muitos outros sabores.
Qual sua visão sobre o Windows?
O Windows é um produto muito bom, que recebe uma quantidade enorme de investimentos. Entretanto, acredito que o modelo de software gratuito, de colaboração aberta e de ferramentas compartilhadas é muito mais efetivo em gerar inovação e produz software muito mais confiável e produtos de preço mais acessível. Estou confiante que o software livre é o futuro do software.
Qual a importância do acordo com a Dell, que passará a oferecer o Ubuntu em alguns PCs e laptops? Há parcerias similares com outros fabricantes de equipamentos?
Temos muitos parceiros que pré-instalam o Ubuntu e espero que no futuro existam muitos mais, inclusive no Brasil. Fico sempre impressionado com a visão e o conhecimento que os brasileiros têm sobre software livre. A Dell perguntou a seus clientes que novidades ela poderia oferecer-lhes, e a resposta mais citada foi "Linux". É muito empolgante que eles tenham respondido isso. Mas eu daria crédito aos fabricantes pioneiros, no Brasil e em todos os países, que foram corajosos o suficiente para ver essa oportunidade antes da Dell. Espero que o Ubuntu seja muito popular no Brasil, porque temos uma comunidade maravilhosa aí, que são advogados apaixonados do software livre, e também porque a busca de uma plataforma digital gratuita para mídia, educação e trabalho é percebido como algo importante no Brasil.
Quantos computadores atualmente usam o Ubuntu em todo o mundo? Qual a sua meta de participação de mercado?
Isso é algo muito difícil de dizer. Acho que pelo menos 10 milhões instalaram o Ubuntu até agora. Nossa meta é que cada usuário faça um escolha consciente e opte pela melhor ferramenta para seu trabalho. Para isso ocorrer, é preciso que todos os usuários estejam expostos e confortáveis tanto com o Windows como com o Linux. Assim as pessoas escolherão a ferramenta correta para cada necessidade específica.