Samsung, Galaxy Fold, do ano passado: expectativas em 2020 estão em novo dobrável, o Z Flip (Gleb Garanich/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 06h01.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2020 às 17h02.
São Paulo - A sul-coreana Samsung realiza nesta terça-feira, 11, seu evento mais importante do ano, o Galaxy Unpacked. Além da renovação anual da família de dispositivos Galaxy S, com três modelos do Galaxy S20, a empresa deve trazer ao mercado um novo smartphone com tela dobrável chamado Galaxy Z Flip. Assim como o Motorola Razr, o aparelho tem tela de seis polegadas que se dobra ao meio para ficar mais compacto e caber no bolso.
O Z Flip é o segundo tipo de smartphone com tela dobrável lançado pela Samsung. Enquanto o primeiro, o Galaxy Fold, vendeu 500.000 unidades (e sofreu após um defeito inicial no lançamento), a meta para o novo dobrável é chegar a 2,5 milhões, ou seja, cinco vezes mais, segundo reportagem do jornal local Korea Herald, que consultou fontes anônimas ligadas à empresa.
Durante a premiação do Oscar na noite do último domingo, 9, a Samsung revelou o visual do Galaxy Z Flip em um comercial.
O novo Galaxy S20 será o rival do iPhone 11, enquanto o Galaxy S20+ e o Galaxy S20 Ultra competirão com os iPhones 11 Pro e 11 Pro Max.
De acordo com estimativa da consultoria chinesa Counterpoint Research, o Galaxy S20 terá um conjunto de recursos tecnológicos que fará com que ele seja o smartphone topo de linha mais vendido da Samsung desde 2016, atingindo mais de 40 milhões de unidades comercializadas ao longo do ano.
O Galaxy S7, de 2016, é o detentor do recorde de vendas até agora, com mais de 50 milhões de unidades vendidas no ano de lançamento.
Além de inovar em câmeras e avançar nas especificações técnicas como faz anualmente, uma das estratégias da Samsung para vender mais neste ano será a venda de celulares do segmento premium com preços competitivos.
Enquanto o modelo anterior do Galaxy S20 custava 850 dólares, a expectativa do mercado é que ele chegue com preço de 800 dólares, uma redução de 6% que pode chamar a atenção de usuários de iPhones que precisam pagar de 700 a 1.449 dólares em um novo aparelho.
Com a Samsung vendendo mais produtos na zona de preços dos iPhones, o cenário é favorável para a sul-coreana que, agora, deve se preocupar com o avanço da rival chinesa Huawei.
Apesar de a Samsung ainda liderar com folga o mercado global, com 295 milhões de unidades vendidas em 2019, a Huawei teve um crescimento de 17% no ano passado.
Junta-se à isso a própria desaceleração global no mercado de smartphones e a nova ameaça do coronavírus, que fez a produção quase parar na China, onde Huawei e Apple produzem seus celulares.
A produção global no setor deve cair 12% neste primeiro trimestre, o menor nível em cinco anos, segundo a consultoria TrendForce informou na segunda-feira, 10. A Samsung é a menos afetada, com queda de somente 3% na produção, já que sua principal base de produção fica no Vietnã. Mas, entre competição e coronavírus, o cenário está longe de ser favorável.