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Radiografia anual não reduz mortalidade por câncer de pulmão

Estudo feito nos Estados Unidos mostrou que técnica não é útil na identificação da doença

Tomografia dos pulmões é mais eficaz do que radiografia na detecção de tumores cancerígenos (Manan Vatsyayana/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2011 às 18h24.

Washington  - Uma radiografia anual da caixa torácica não reduz a mortalidade causada por câncer de pulmão, segundo um vasto estudo clínico apresentado nesta quarta-feira nos Estados Unidos.

"Estes resultados constituem uma sólida prova de que não existe um ganho substancial de sobrevida para pessoas com câncer pulmonar ao realizarem uma radiografia anual dos pulmões", diz a pesquisa que será publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) no dia 2 de novembro.

O estudo foi divulgado nesta quarta-feira através da versão on-line do JAMA, em razão de sua apresentação na conferência anual do American College of Chest Physicians (CHEST 2011), que acontece do dia 22 ao 26 de outubro em Honolulu (Hawaii).

Desenvolvido nos Estados Unidos de novembro de 1993 a julho de 2001 pelo dr. Martin Oken da Universidade do Minnesota, reuniu um grupo de 154.901 participantes com idade entre 55 e 74 anos.

Apenas a metade foi escolhida ao acaso e submetida a uma radiografia pulmonar anual durante quatro anos. O outro grupo, de controle, foi analisado a partir de exames e cuidados médicos de rotina.

Formados pela mesma proporção de mulheres e homens, cada grupo possuía 45% de pessoas que nunca fumaram, 42% de ex-fumantes e 10% que ainda fumavam.


Durante um período de 13 anos, até 2009, os pesquisadores diagnosticaram 1.696 casos de câncer de pulmão no grupo submetido à radiografia anual e 1.620 no grupo de controle.

As taxas de mortalidade resultantes destes cânceres observados nos dois grupos foram quase idênticas, 1.213 mortes entre os que fizeram a radiografia e 1.230 mortos no grupo de controle.

A distribuição de diferentes tipos de tumores nos grupos também foi similar, respectivamente 41% de adenocarcinomas, 20% de carcinoma de células escamosas, 14% de carcinoma de células pequenas, 5% de carcinoma de células grandes e 20% de outras variantes de epitelioma de grandes células.

Em um editorial publicado também no JAMA, o Dr. Harold Sox da faculdade de medicina de Dartmouth em West Lebanon, afirma que os resultados deste estudo "trás provas convincentes de que a radiografia da caixa torácica para detectar um câncer pulmonar não é eficaz" na redução da mortalidade.

Segundo ele, "este estudo é importante para acabar com a questão" e para que médicos passarem a usar a tomografia computadorizada helicoidal (TC) como técnica de imagem.

Um estudo realizado com 50.000 americanos fumantes e ex-fumantes de 55 a 74 anos em 2010 mostrou efetivamente que esta outra técnica permite uma melhor detecção de pequenos tumores no primeiro estágio de desenvolvimento da doença em comparação com a radiografia tradicional, reduzindo em 20% a mortalidade.

Este estudo clínico "National Lung Screening Trial" demonstrou pela primeira vez que uma detecção precoce de um tumor cancerígeno de pulmão diminui o risco de mortes, o que é um grande progresso, explica Dr. Sox.

O câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer no mundo.

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Washington  - Uma radiografia anual da caixa torácica não reduz a mortalidade causada por câncer de pulmão, segundo um vasto estudo clínico apresentado nesta quarta-feira nos Estados Unidos.

"Estes resultados constituem uma sólida prova de que não existe um ganho substancial de sobrevida para pessoas com câncer pulmonar ao realizarem uma radiografia anual dos pulmões", diz a pesquisa que será publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) no dia 2 de novembro.

O estudo foi divulgado nesta quarta-feira através da versão on-line do JAMA, em razão de sua apresentação na conferência anual do American College of Chest Physicians (CHEST 2011), que acontece do dia 22 ao 26 de outubro em Honolulu (Hawaii).

Desenvolvido nos Estados Unidos de novembro de 1993 a julho de 2001 pelo dr. Martin Oken da Universidade do Minnesota, reuniu um grupo de 154.901 participantes com idade entre 55 e 74 anos.

Apenas a metade foi escolhida ao acaso e submetida a uma radiografia pulmonar anual durante quatro anos. O outro grupo, de controle, foi analisado a partir de exames e cuidados médicos de rotina.

Formados pela mesma proporção de mulheres e homens, cada grupo possuía 45% de pessoas que nunca fumaram, 42% de ex-fumantes e 10% que ainda fumavam.


Durante um período de 13 anos, até 2009, os pesquisadores diagnosticaram 1.696 casos de câncer de pulmão no grupo submetido à radiografia anual e 1.620 no grupo de controle.

As taxas de mortalidade resultantes destes cânceres observados nos dois grupos foram quase idênticas, 1.213 mortes entre os que fizeram a radiografia e 1.230 mortos no grupo de controle.

A distribuição de diferentes tipos de tumores nos grupos também foi similar, respectivamente 41% de adenocarcinomas, 20% de carcinoma de células escamosas, 14% de carcinoma de células pequenas, 5% de carcinoma de células grandes e 20% de outras variantes de epitelioma de grandes células.

Em um editorial publicado também no JAMA, o Dr. Harold Sox da faculdade de medicina de Dartmouth em West Lebanon, afirma que os resultados deste estudo "trás provas convincentes de que a radiografia da caixa torácica para detectar um câncer pulmonar não é eficaz" na redução da mortalidade.

Segundo ele, "este estudo é importante para acabar com a questão" e para que médicos passarem a usar a tomografia computadorizada helicoidal (TC) como técnica de imagem.

Um estudo realizado com 50.000 americanos fumantes e ex-fumantes de 55 a 74 anos em 2010 mostrou efetivamente que esta outra técnica permite uma melhor detecção de pequenos tumores no primeiro estágio de desenvolvimento da doença em comparação com a radiografia tradicional, reduzindo em 20% a mortalidade.

Este estudo clínico "National Lung Screening Trial" demonstrou pela primeira vez que uma detecção precoce de um tumor cancerígeno de pulmão diminui o risco de mortes, o que é um grande progresso, explica Dr. Sox.

O câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer no mundo.

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