Tecnologia

Pesquisadores usam menções no Twitter para descobrir origem do coronavírus

O grupo de pesquisadores buscou menções de pneumonia e tosse seca antes de 2020

Twitter: os pesquisadores italianos usaram a rede social para entender a origem da pandemia (Jaap Arriens/NurPhoto/Getty Images)

Twitter: os pesquisadores italianos usaram a rede social para entender a origem da pandemia (Jaap Arriens/NurPhoto/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 11h53.

Buscando entender as origens do novo coronavírus, um grupo de pesquisadores na Itália podem ter encontrado a resposta não em Wuhan, cidade chinesa onde foram confirmados os primeiros casos, mas sim na rede social Twitter.

Por enquanto, não há uma conclusão definitiva sobre a origem da covid-19, além do consenso científico que a doença originou de um animal. Estudos mostram que o vírus já estava se espalhando pela região europeia no momento que o vírus surgia em Wuhan, o que gera diversas hipóteses sobre o local de 'nascimento' do coronavírus.

Devido a isso, os pesquisadores da IMT School for Advanced Studies Lucca decidiram seguir uma abordagem diferente para entender a origem da pandemia.

Publicado pela Nature, o estudo busca menções sobre pneumonia no Twitter nas sete línguas mais faladas na Europa (inglês, alemão, francês, italiano, espanhol, polonês e holandês) entre dezembro de 2014 e 1º de março de 2020.

Para garantir precisão, eles ignoraram os dados dos dias 31 de dezembro de 2019, quando a doença foi anunciada, e 21 de janeiro de 2020, quando foi confirmado a disseminação da doença entre humanos.

"Focamos na pneumonia por duas razões: a pneumonia é a condição mais grave induzida pela covid-19 e a temporada de gripe em 2020 foi mais amena do que nos anos anteriores", afirmam os pesquisadores no estudo.

Utilizando a ferramenta de localização, os autores do estudo relataram que cidades com os principais surtos de covid-19 começaram a tuitar mais sobre pneumonia em janeiro de 2020, em comparação com o mesmo período em 2019, o que indica a existência de hotspots de covid-19 antes da doença ser oficialmente diagnosticada.

Eles tentaram a mesma pesquisa para outro sintoma da doença, a tosse seca, e obtiveram a mesma conclusão: um aumento significativo de menções do sintoma durante o mês de janeiro.

Os pesquisadores afirmam que o mesmo estudo deve ser realizado em outras regiões do mundo para entender a origem da doença mais a fundo.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusItáliaTwitter

Mais de Tecnologia

Bluesky testa recurso de trending topics e promete implementação gradual

Computadores quânticos estão mais perto de nossa realidade do que você imagina

Proibição do TikTok nos EUA pode deixar 'buraco' no setor de compras via redes sociais

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições