EUA espionavam Rússia com programa em PCs, diz laboratório
Laboratório russo encontrou computadores pessoais em 30 países infectados com um ou mais programas espiões, com as maiores incidências no Irã e Rússia
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2015 às 14h58.
São Francisco - A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) descobriu como esconder um software espião dentro de discos rígidos fabricados pela Western Digital, Seagate, Toshiba e outras grandes marcas, o que dá à agência a capacidade de espionar a maioria dos computadores do mundo, de acordo com pesquisadores e ex-operadores.
O bem guardado recurso é parte de um conjunto de programas espiões revelados pelo Kaspersky Lab, um fabricante de softwares com base em Moscou, que tem exposto uma série de operações de ciberespionagem do Ocidente.
O Kaspersky disse ter encontrado computadores pessoais em 30 países infectados com um ou mais programas espiões, com as maiores incidências vistas no Irã, seguido pela Rússia, Paquistão, Afeganistão, China, Mali, Síria, Iêmen e Argélia.
Os alvos incluem governos e instituições militares, companhias de telecomunicação e eletricidade, bancos, pesquisadores de energia nuclear, meios de comunicação e ativistas islâmicos, segundo o Kapersky.
A empresa não quis dizer o país por trás da campanha de espionagem, mas afirmou que ele era bem ligado a Stuxnet, a iniciativa liderada pela NSA que foi usada para atacar instalação de enriquecimento de urânio iraniana. A NSA é a agência norte-americana responsável por coletar inteligência eletrônica.
Um ex-funcionário da NSA declarou à Reuters que a análise do Kaspersky era correta, que as pessoas na agência valorizavam esses programas de espionagem.
Um outro ex-agente de inteligência confirmou que a NSA havia desenvolvido a técnica de esconder softwares em computadores, mas disse não saber quais esforços de espionagem dependiam do recurso.
Vanee Vine, porta-voz da NSA, afirmou que a agência sabia do relato do Kaspersky, mas que não iria comentá-lo publicamente.
O Kaspersky publicou os detalhes técnicos da sua pesquisa na segunda-feira, uma iniciativa que poderia ajudar os infectados a detectar os programas espiões, alguns deles operando desde 2001.
A revelação poderia prejudicar a capacidade de vigilância da NSA, já afetada pelos vazamentos do ex-prestador de serviços Edward Snowden. As informações reveladas por Snowden decepcionaram alguns aliados dos Estados Unidos e reduziram o ritmo de vendas no exterior dos produtos tecnológicos norte-americanos.
Tais recursos de espionagem podem levar a uma grande reação contra a tecnologia ocidental, particularmente em países como a China, que já está preparando regras para exigir que a maior parte dos fornecedores de tecnologia bancária disponibilizem cópias do código dos softwares para inspeção.
Peter Swire, um dos cinco integrantes do grupo do presidente Barack Obama que revisa a área de inteligência e tecnologia de comunicações, afirmou que a pesquisa do Kaspersky mostrou que é essencial para o país considerar o possível impacto em comércio e relações diplomáticas antes de decidir usar o seu conhecimento sobre softwares para fins de inteligência.
"Podem haver efeitos negativos sérios para outros interesses norte-americanos”, declarou Swire.
São Francisco - A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) descobriu como esconder um software espião dentro de discos rígidos fabricados pela Western Digital, Seagate, Toshiba e outras grandes marcas, o que dá à agência a capacidade de espionar a maioria dos computadores do mundo, de acordo com pesquisadores e ex-operadores.
O bem guardado recurso é parte de um conjunto de programas espiões revelados pelo Kaspersky Lab, um fabricante de softwares com base em Moscou, que tem exposto uma série de operações de ciberespionagem do Ocidente.
O Kaspersky disse ter encontrado computadores pessoais em 30 países infectados com um ou mais programas espiões, com as maiores incidências vistas no Irã, seguido pela Rússia, Paquistão, Afeganistão, China, Mali, Síria, Iêmen e Argélia.
Os alvos incluem governos e instituições militares, companhias de telecomunicação e eletricidade, bancos, pesquisadores de energia nuclear, meios de comunicação e ativistas islâmicos, segundo o Kapersky.
A empresa não quis dizer o país por trás da campanha de espionagem, mas afirmou que ele era bem ligado a Stuxnet, a iniciativa liderada pela NSA que foi usada para atacar instalação de enriquecimento de urânio iraniana. A NSA é a agência norte-americana responsável por coletar inteligência eletrônica.
Um ex-funcionário da NSA declarou à Reuters que a análise do Kaspersky era correta, que as pessoas na agência valorizavam esses programas de espionagem.
Um outro ex-agente de inteligência confirmou que a NSA havia desenvolvido a técnica de esconder softwares em computadores, mas disse não saber quais esforços de espionagem dependiam do recurso.
Vanee Vine, porta-voz da NSA, afirmou que a agência sabia do relato do Kaspersky, mas que não iria comentá-lo publicamente.
O Kaspersky publicou os detalhes técnicos da sua pesquisa na segunda-feira, uma iniciativa que poderia ajudar os infectados a detectar os programas espiões, alguns deles operando desde 2001.
A revelação poderia prejudicar a capacidade de vigilância da NSA, já afetada pelos vazamentos do ex-prestador de serviços Edward Snowden. As informações reveladas por Snowden decepcionaram alguns aliados dos Estados Unidos e reduziram o ritmo de vendas no exterior dos produtos tecnológicos norte-americanos.
Tais recursos de espionagem podem levar a uma grande reação contra a tecnologia ocidental, particularmente em países como a China, que já está preparando regras para exigir que a maior parte dos fornecedores de tecnologia bancária disponibilizem cópias do código dos softwares para inspeção.
Peter Swire, um dos cinco integrantes do grupo do presidente Barack Obama que revisa a área de inteligência e tecnologia de comunicações, afirmou que a pesquisa do Kaspersky mostrou que é essencial para o país considerar o possível impacto em comércio e relações diplomáticas antes de decidir usar o seu conhecimento sobre softwares para fins de inteligência.
"Podem haver efeitos negativos sérios para outros interesses norte-americanos”, declarou Swire.