Pesquisa acha relação de paracetamol na gravidez com autismo
A pesquisa descobriu que o paracetamol tem forte associação com sintomas do autismo e com sintomas relacionados ao déficit de atenção e hiperatividade
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2016 às 14h32.
Barcelona - A exposição ao paracetamol durante a gestação pode aumentar os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e da hiperatividade em crianças, revelou um estudo publicado nesta sexta-feira na revista "International Journal of Epidemiology".
A pesquisa, liderada pelo Instituto de Salud Global (ISGlobal), em Barcelona, descobriu que o paracetamol (acetaminofeno), muito usado durante a gravidez, tem forte associação com sintomas do autismo em meninos e com sintomas relacionados ao déficit de atenção e a hiperatividade em ambos os sexos.
Segundo o pesquisador do ISGlobal e coautor da pesquisa, Jordi Júlvez, este é o primeiro estudo do tipo que descreve uma associação independente entre o uso deste fármaco durante o pré-natal e os sintomas do TEA em crianças.
Esta também é a primeira análise que indica diferentes efeitos do paracetamol sobre o neurodesenvolvimento conforme o sexo.
O estudo comparou meninos e meninas expostos de forma persistente ao paracetamol com os não expostos, e encontrou um aumento de 30% do risco para algumas funções da atenção, assim como um aumento dos sintomas do espectro autista no caso dos meninos apenas.
Os pesquisadores recrutaram 2.644 duplas de mãe e filho da Espanha e algumas eram avaliadas quando a criança estava com um ano, enquanto outras eram avaliadas aos cinco anos.
As mães deveriam responder se tinham tomado paracetamol na gestação e a frequência de uso era classificada como "nunca, esporadicamente ou frequentemente".
Em 43% dos casos das crianças avaliadas com um ano e em 41% dos casos das crianças avaliadas aos cinco anos a exposição ao paracetamol aconteceu em algum momento durante as primeiras 32 semanas de gravidez.
Quando avaliaram aos cinco anos, as crianças expostas tinham aproximadamente 40% mais chances de ter sintomas de hiperatividade ou impulsividade que os não expostos.
Meninos e meninas expostos de forma persistente mostraram pior rendimento no K-CPT, um exame que mede a falta de atenção, a impulsividade e a velocidade de processamento visual.
Além disso, os meninos expostos de maneira persistente ao paracetamol apresentaram um aumento de dois sintomas do Transtorno do Espectro Autista, se comparados aos meninos não expostos.
"O paracetamol poderia ser prejudicial para o desenvolvimento neurológico por várias razões. Em primeiro lugar, ele alivia a dor ao atuar sobre os receptores de canabinóides do cérebro. Dado que estes receptores, normalmente, ajudam a determinar como os neurônios amadurecem e se conectam entre eles, o paracetamol poderia alterar estes processos", detalhou Júlvez.
A explicação de por que se encontrou uma relação com um aumento de sintomas do espectro autista só em meninos poderia ser pelo fato de "o cérebro masculino parecer ser mais vulnerável a influências danosas durante os primeiros períodos da vida", afirmou a principal autora do estudo, a médica Claudia Avella-García.
Barcelona - A exposição ao paracetamol durante a gestação pode aumentar os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e da hiperatividade em crianças, revelou um estudo publicado nesta sexta-feira na revista "International Journal of Epidemiology".
A pesquisa, liderada pelo Instituto de Salud Global (ISGlobal), em Barcelona, descobriu que o paracetamol (acetaminofeno), muito usado durante a gravidez, tem forte associação com sintomas do autismo em meninos e com sintomas relacionados ao déficit de atenção e a hiperatividade em ambos os sexos.
Segundo o pesquisador do ISGlobal e coautor da pesquisa, Jordi Júlvez, este é o primeiro estudo do tipo que descreve uma associação independente entre o uso deste fármaco durante o pré-natal e os sintomas do TEA em crianças.
Esta também é a primeira análise que indica diferentes efeitos do paracetamol sobre o neurodesenvolvimento conforme o sexo.
O estudo comparou meninos e meninas expostos de forma persistente ao paracetamol com os não expostos, e encontrou um aumento de 30% do risco para algumas funções da atenção, assim como um aumento dos sintomas do espectro autista no caso dos meninos apenas.
Os pesquisadores recrutaram 2.644 duplas de mãe e filho da Espanha e algumas eram avaliadas quando a criança estava com um ano, enquanto outras eram avaliadas aos cinco anos.
As mães deveriam responder se tinham tomado paracetamol na gestação e a frequência de uso era classificada como "nunca, esporadicamente ou frequentemente".
Em 43% dos casos das crianças avaliadas com um ano e em 41% dos casos das crianças avaliadas aos cinco anos a exposição ao paracetamol aconteceu em algum momento durante as primeiras 32 semanas de gravidez.
Quando avaliaram aos cinco anos, as crianças expostas tinham aproximadamente 40% mais chances de ter sintomas de hiperatividade ou impulsividade que os não expostos.
Meninos e meninas expostos de forma persistente mostraram pior rendimento no K-CPT, um exame que mede a falta de atenção, a impulsividade e a velocidade de processamento visual.
Além disso, os meninos expostos de maneira persistente ao paracetamol apresentaram um aumento de dois sintomas do Transtorno do Espectro Autista, se comparados aos meninos não expostos.
"O paracetamol poderia ser prejudicial para o desenvolvimento neurológico por várias razões. Em primeiro lugar, ele alivia a dor ao atuar sobre os receptores de canabinóides do cérebro. Dado que estes receptores, normalmente, ajudam a determinar como os neurônios amadurecem e se conectam entre eles, o paracetamol poderia alterar estes processos", detalhou Júlvez.
A explicação de por que se encontrou uma relação com um aumento de sintomas do espectro autista só em meninos poderia ser pelo fato de "o cérebro masculino parecer ser mais vulnerável a influências danosas durante os primeiros períodos da vida", afirmou a principal autora do estudo, a médica Claudia Avella-García.