Para cientistas dos EUA, El Niño pode ser o mais forte da História
O fenômeno meteorológico El Niño, que começou este ano, pode ser dos mais fortes dos últimos 65 anos, alertaram nesta quinta-feira cientistas do governo americano.
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2015 às 13h59.
O fenômeno meteorológico El Niño, que começou este ano, pode ser dos mais fortes dos últimos 65 anos, alertaram cientistas do governo americano.
A corrente do El Niño produz uma elevação nas temperaturas do Pacífico equatoriano e pode causar fortes chuvas em algumas partes do mundo e secas em outras. Também é uma das razões pelas quais a atual temporada de furacões do Atlântico tem sido pouco ativa, pois inibe a formação de tempestades tropicais.
O El Niño começou em março e se espera que dure por um ano. Autoridades na Austrália já disseram que será "forte" e "substancial".
A tendência continuará, disse Mike Halpert, diretor adjunto do centro de previsões climáticas da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), em conferência com jornalistas por telefone.
"Prevemos que o El Niño atual pode ser dos mais fortes desde que começaram os registros em 1950", disse Halpert.
As temperaturas média da superfície do mar em uma zona chave do Pacífico equatorial "poderiam alcançar ou superar os 2 graus Celsius acima do normal, o que só foi registrado três vezes nos últimos 65 anos", destacou.
Estes níveis se observaram nas temporadas 1972-73, 1982-83 e 1997-98.
O sul dos Estados Unidos, da Califórnia até a Flórida, poderia experimentar níveis de precipitação acima do normal, assim como a costa leste americana, disse o especialista.
Enquanto a região dos Grandes Lagos, Havaí e Alasca registrarão maiores secas e temperaturas mais altas, destacou.
Embora as chuvas sejam bem-vindas na Califórnia, mergulhada em uma grave seca, Halpert disse que não serão suficientes para encher as represas do estado do oeste americano.
Há cinco anos o último El Niño trouxe vários desastres: provocou monções na Ásia, secas em Austrália, Filipinas e Equador, tempestades nos Estados Unidos, ondas de calor no Brasil e inundações no México.