Paquistaneses devem escolher entre fornecer digitais ou perder celulares

O governo do Paquistão irá obrigar usuários de smartphones a comprovar suas identidades por meio de impressões digitais, que farão parte de um banco de dados que está sendo compilado para combater terroristas. Caso o usuário não aceite, sua linha será desligada.

A medida é o última tentativa tomada pelo país para restaurar a ordem após militantes do grupo terrorista Taliban matar 150 estudantes e professores de uma escola, em dezembro.

Autoridades afirmam que os seis terroristas que invadiram a escola em Peshawar estavam usando celulares registrados no nome de uma mulher que não tinha relação com os terroristas.

As digitais obtidas serão cruzadas com as arquivadas em uma base de dados criada pelo governo em 2005. Alguns habitantes também terão que obter uma declaração judicial afirmando que eles usam seus smartphones.

Atualmente, existem 103 milhões cartões SIM sem registro no Paquistão, quase o mesmo número da população adulta no país. As empresas de telefonia terão até 15 de abril para cadastrar todos os usuários dos cartões.

Nas últimas seis semanas, cerca de 53 milhões de SIMs pertencentes a 38 milhões de habitantes foram registrados por meio de identificação biométrica, segundo as autoridades locais.

"Assim que a verificação de cada SIM terminar, além do bloqueio dos SIMs não verificados, os terroristas não terão mais essa ferramenta", afirmou um funcionário do ministério do Interior ao jornal Washington Post.

"O governo sabe que esse é um trabalho árduo, tanto para as empresas de celular e seus clientes, mas isso deve ser encarado como um dever cívico", disse a autoridade.

Apesar da primeira empresa de telefonia do Paquistão ter sido lançada apenas em 1991, apenas na última década o setor se desenvolveu no país. De 2003 até 2013, mais de 130 milhões de aparelhos foram vendidos no país.

Com mais de 50 milhões de cartões SIM ainda sem cadastro, as empresas de telefonia irão enviar equipes para regiões remotas do país para realizar o serviço.

Uma localidade que não deve ser afetada pela nova regra é a fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, onde se refugiam muitos grupos terroristas que operam no país. As operadoras paquistanesas não funcionam nessas áreas, que são cobertas por redes afegãs.