OMS defende investimento em prevenção de doenças tropicais raras
Entre as 'doenças tropicais negligenciadas' está a dengue
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 07h36.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quinta-feira (19) que seus países membros destinem mais recursos à luta contra as doenças tropicais raras, que afetam 1,5 bilhão de pessoas no mundo.
Por ocasião de um relatório sobre a luta contra estas 17 "doenças tropicais negligenciadas", a OMS lembra que estas condições podem causar cegueira, desfigurações, invalidez e inclusive a morte, e tudo isso nos países mais pobres do planeta. Meio milhão de pessoas morrem todos os anos como consequência destas doenças.
Segundo a doutora Margaret Chan, diretora-geral da OMS, aumentar os investimentos públicos "pode aliviar a miséria humana, repartir com maior igualdade os lucros e libertar as massas condenadas há muito tempo à pobreza".
O relatório ressalta sobretudo os progressos realizados nos últimos anos na luta contra estas doenças.
Em 2012, mais de 800 milhões de pessoas afetadas por alguma destas doenças foram submetidas a um tratamento.
Em 2014, foram diagnosticados apenas 126 casos de dracunculíase (ou doença do verme da Guiné), contra 1 800 casos em 2010 e 3,5 milhões de casos em meados dos anos 1980.
A erradicação desta doença continua sendo um objetivo possível, lembrou a OMS neste documento bienal.
A respeito do orçamento exigido para acabar com estas doenças, de acordo com um plano lançado em 2012, a OMS o avaliou em 2,9 bilhões de dólares anuais para o período 2015-2020.
Para os 10 anos seguintes (2021-2030), o orçamento cairá a 1,6 bilhão de dólares ao ano.Os investimentos exigidos totalizam 34 bilhões de dólares em 16 anos.Graças a estes investimentos, 1,5 bilhão de pessoas devem receber um tratamento preventivo contra estas doenças até 2017.
A OMS também afirma que as mudanças climáticas fazem com que as doenças se propaguem mais. A dengue, por exemplo, agora está presente em 150 países.
"Algumas desta doenças tropicais negligenciadas não são doenças tropicais propriamente ditas", disse o médico Dirk Engels, diretor deste departamento da OMS.
Muitos países já reconhecem a importância da luta contra as doenças tropicais e colocaram em andamento programas específicos, acrescenta a OMS.