O que é a "mãe de todas as bombas", detonada pelos EUA
Bomba não nuclear mais poderosa do mundo (ou não) foi usada hoje pelos Estados Unidos contra o EI no Afeganistão. Conheça detalhes
Victor Caputo
Publicado em 13 de abril de 2017 às 17h41.
Última atualização em 14 de abril de 2017 às 11h35.
São Paulo – Pela primeira vez na história, os Estados Unidos usaram a MOAB GBU-43. Talvez você tenha lido sobre ela hoje sob o apelido de “mãe de todas as bombas”, quando foi usada no Afeganistão para um ataque ao Estado Islâmico. Mas o que é exatamente esta arma e por que ela ganhou esse apelido?
Em poucas linhas, ela é a mais potente bomba não nuclear conhecida no mundo. Com peso total de 10 mil quilogramas, ela carrega 8.164 quilogramas de explosivos. Sua explosão é o equivalente à detonação de 11 toneladas de TNT e o raio de alcance é de 1,5 km.
O apelido recebido pela bomba é, apesar de seu poder de detonação, uma piada com seu nome original. A sigla MOAB serve para "Massive Ordnance Air Blast" ou, em português, "munição de rajada aérea maciça". A sigla, ao mesmo tempo, serve para "Mother Of All Bombs" ou, em português, “mãe de todas as bombas”.
A GBU43 foi desenvolvida criada por Albert L. Weimorts, que era do laboratório de pesquisa das forças aéreas dos Estados Unidos. Sua produção começou em 2003 (no final deste texto está um vídeo de seus testes), mas ela não havia sido usada de forma prática até o ataque ao Afeganistão na tarde desta quinta-feira.
Apesar de ser taxada como a bomba não nuclear mais poderosa do mundo, a Rússia já afirmou que tem uma que seria quatro vezes mais forte. Ela foi apelidada de “pai de todas as bombas”. Não se sabe publicamente se essa informação é real ou se não passa de um blefe do exército russo.
A bomba GBU-43 é caracterizada como de alta precisão. Seu modo de ataque é usando um avião C-130 Hercules para soltar a bomba. Uma vez fora da aeronave, ela usa um sistema de GPS para ser guiada até seu alvo.
De acordo com o The Independent, uma das motivações para o desenvolvimento da bomba era seu efeito psicológico. A forte explosão e o alto barulho serviria para chocar e desmotivar as forças armadas de Saddam Hussein, na época de seu desenvolvimento.
Em um comunicado, o general chefe das forças armadas americanas no Afeganistão, John W. Nicholson, afirmou que a bomba era a munição certa para este ataque realizado hoje. Isso porque o Estado Islâmico estava usando “bunkers e túneis para melhorar sua defesa”. O poderio de fogo da MOAB, portanto, seria a resposta apropriada para isso.
Veja abaixo a um vídeo dos testes com a bomba.