O Google traiu Steve Jobs?
Um novo livro, In the Plex, revela detalhes do tenso relacionamento entre Steve Jobs e a empresa fundada por Larry Page e Sergey Brin
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2011 às 11h12.
São Paulo — Era uma vez duas empresas que se viam como irmãs: Google e Apple. Tudo corria bem até que o sistema Android surgiu para azedar de vez o relacionamento.
Steve Jobs sentiu-se traído ao perceber, durante uma visita ao Googleplex (a sede do Google em Mountain View, Califórnia), em 2008, que o protótipo de smartphone feito pelo Google tinha multitoque como o iPhone. Irado, cortou relações com Larry Page e Sergey Brin. O episódio faz parte de uma história um pouco mais complexa e longa, segundo Steven Levy, que acaba de publicar o livro In the Plex nos Estados Unidos. A obra conta os bastidores do Google e narra, em alguns momentos, o surgimento do atrito entre as duas companhias.
Nos primórdios do Google, Larry Page e Sergey Brin convidaram Steve Jobs para ser o CEO da empresa. Embora a ideia não tenha se concretizado, Jobs tornou-se bem próximo dos dois, de acordo com trechos do livro divulgados pela Forbes. “As duas empresas embarcaram em uma aliança potencialmente gloriosa, capaz de mudar os rumos da indústria. O veterano Jobs emprestava seu conhecimento para aqueles geniais moleques da internet e as duas firmas, juntas, derrubariam a Microsoft”, diz Levy no livro.
O CEO da Apple serviu como mentor dos dois fundadores do Google por vários anos e as duas empresas tornaram-se próximas. “Era como se fossem uma só companhia”, diz o autor. Em 2008, no entanto, Jobs percebeu que havia alguma coisa errada. O desenvolvimento do Android foi, para ele, uma punhalada nas costas. “Demorou um tempo até que Jobs passasse a ver o Google como um competidor. (…) Em 2008, contudo, o caminho das duas empresas não era de fusão, mas de colisão, pelo menos na área de telefonia.”
Observadores próximos de Jobs teriam dito a Levy que, naquele ano, depois de analisar o assunto, ele concluiu ter sido enganado. “O primeiro sinal que mostrava o Google se aproveitando de sua visão, sem se preocupar com o efeito disso na Apple, foi o surgimento do Chrome.” Depois, Jobs se deu conta de que o Android competiria diretamente com o iPhone. Ele teria demorado para admitir para si mesmo que tinha sido traído por seus dois jovens discípulos, uma vez que sempre se considerou capaz de avaliar bem o comportamento humano.
No verão de 2008, Jobs visitou o Googleplex para ver a extensão do dano. Ficou furioso e concluiu que o Google havia roubado propriedade intelectual da Apple. Diante disso, Jobs resolveu esconder de Eric Schmidt, que ocupava um cargo na diretoria da Apple, o desenvolvimento do iPad. Surgia um conflito que está bem longe de terminar.
São Paulo — Era uma vez duas empresas que se viam como irmãs: Google e Apple. Tudo corria bem até que o sistema Android surgiu para azedar de vez o relacionamento.
Steve Jobs sentiu-se traído ao perceber, durante uma visita ao Googleplex (a sede do Google em Mountain View, Califórnia), em 2008, que o protótipo de smartphone feito pelo Google tinha multitoque como o iPhone. Irado, cortou relações com Larry Page e Sergey Brin. O episódio faz parte de uma história um pouco mais complexa e longa, segundo Steven Levy, que acaba de publicar o livro In the Plex nos Estados Unidos. A obra conta os bastidores do Google e narra, em alguns momentos, o surgimento do atrito entre as duas companhias.
Nos primórdios do Google, Larry Page e Sergey Brin convidaram Steve Jobs para ser o CEO da empresa. Embora a ideia não tenha se concretizado, Jobs tornou-se bem próximo dos dois, de acordo com trechos do livro divulgados pela Forbes. “As duas empresas embarcaram em uma aliança potencialmente gloriosa, capaz de mudar os rumos da indústria. O veterano Jobs emprestava seu conhecimento para aqueles geniais moleques da internet e as duas firmas, juntas, derrubariam a Microsoft”, diz Levy no livro.
O CEO da Apple serviu como mentor dos dois fundadores do Google por vários anos e as duas empresas tornaram-se próximas. “Era como se fossem uma só companhia”, diz o autor. Em 2008, no entanto, Jobs percebeu que havia alguma coisa errada. O desenvolvimento do Android foi, para ele, uma punhalada nas costas. “Demorou um tempo até que Jobs passasse a ver o Google como um competidor. (…) Em 2008, contudo, o caminho das duas empresas não era de fusão, mas de colisão, pelo menos na área de telefonia.”
Observadores próximos de Jobs teriam dito a Levy que, naquele ano, depois de analisar o assunto, ele concluiu ter sido enganado. “O primeiro sinal que mostrava o Google se aproveitando de sua visão, sem se preocupar com o efeito disso na Apple, foi o surgimento do Chrome.” Depois, Jobs se deu conta de que o Android competiria diretamente com o iPhone. Ele teria demorado para admitir para si mesmo que tinha sido traído por seus dois jovens discípulos, uma vez que sempre se considerou capaz de avaliar bem o comportamento humano.
No verão de 2008, Jobs visitou o Googleplex para ver a extensão do dano. Ficou furioso e concluiu que o Google havia roubado propriedade intelectual da Apple. Diante disso, Jobs resolveu esconder de Eric Schmidt, que ocupava um cargo na diretoria da Apple, o desenvolvimento do iPad. Surgia um conflito que está bem longe de terminar.