Montadoras preveem escassez de chips até pelo menos o final de 2023
A transição das frotas globais para carros elétricos está entre os principais motivos
André Lopes
Publicado em 20 de dezembro de 2022 às 14h43.
Última atualização em 20 de dezembro de 2022 às 15h49.
A indústria automobilística global sofrerá escassez de semicondutores no próximo ano, à medida que a mudança para veículos elétricos se acelera, alertaram as principais fabricantes de carros e chips do mundo.
Segundo uma consulta do Financial Times, empresas de semicondutores como a americana Onsemi já se comprometeram com remessasaté o final de 2023, devido à forte demanda.
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Com a produção no limite e, em alguns casos, sobrecarregando a capacidade da indústria, o comprometimento com pedidos antecipados impossibilita que no próximo ano o mercado crie ou atenda qualquer nova demanda.
Com isso, as montadoras estão se preparando para os problemas que o cenário possa trazer. Carlos Tavares, executivo-chefe da Stellantis, a quarta maior montadora do mundo em vendas, disse ao FT que ''as restrições de chips continuarão a assombrar a indústria automobilística no próximo ano''.
Do lado das fornecedoras há um impulsionamento na qual surfam, além de Onsemi, companhias como Infineon, STMicroelectronics, NXP Semiconductors e Nexperia.
No mês passado, a Infineon elevou sua previsão de crescimento de receita de 9% para mais de 10% nos próximos anos, sem dar um prazo específico.
A fabricante de chips alemã também anunciou um investimento de € 5 bilhões para construir uma fábrica de semicondutores analógicos, de sinal misto, em Dresden. O projeto é o maior da companhia em 24 anos.
Já a Onsemi está expandindo a produção nas fábricas de Rožnov, na República Tcheca, Busan, na Coreia do Sul, e New Hampshire, nos Estados Unidos, algo que deve aumentar a capacidade em 30% no próximo ano.
Uma boa notícia para os escassoschips automotivos é a queda na demanda de fabricantes de eletrônicos e gadgets para o consumidor final, comoIntel e Samsung, que viram um desinteresse por seus produtos depois da pandemia.
Com isso, o gigante do setor como TSMC,que fornece para empresas como Apple, Google e Amazon, cortou suas despesas de capital planejadas em cerca de 10%.