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TV paga desacelera em fevereiro, mas sem retração da demanda

Há sinais de que o mercado pode estar sentindo alguns efeitos da desaceleração econômica do país, sobretudo em relação aos riscos de inadimplência


	O número de adições líquidas no mês de fevereiro foi de 162 mil clientes, número bem abaixo da média dos últimos 12 meses (290 mil por mês) e o menor em valores absolutos desde janeiro de 2011
 (Getty Images)

O número de adições líquidas no mês de fevereiro foi de 162 mil clientes, número bem abaixo da média dos últimos 12 meses (290 mil por mês) e o menor em valores absolutos desde janeiro de 2011 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2013 às 19h49.

A análise atenta dos dados referentes ao desempenho das operadoras de TV por assinatura em fevereiro divulgados esta semana pela Anatel mostram um crescimento de 25% em relação ao mesmo período de 2012.

É um número expressivo, mas há sinais de que o mercado pode estar sentindo alguns efeitos da desaceleração econômica do país, sobretudo em relação aos riscos de inadimplência.

O primeiro indicativo é que os 25% de crescimento no ano, apesar de ser um número consistente, é o pior desempenho do setor por esse parâmetro desde julho de 2010, quando todo o impacto da crise de 2009 foi sentido. Para se ter uma ideia, há oito meses, a taxa anual de crescimento era de 31%.

O número de adições líquidas no mês de fevereiro foi de 162 mil clientes. Um bom número, mas bem abaixo da média dos últimos 12 meses (290 mil por mês) e o menor em valores absolutos desde janeiro de 2011, quando algumas operadoras fizeram um esforço maior de limpeza de base.

Em termos relativos, o crescimento em fevereiro foi inferior a 1% em relação a janeiro. Esse patamar não acontece em um mês de fevereiro desde 2008. Em termos percentuais, foi o pior mês desde abril de 2009.

Todas as operadoras experimentaram alguma desaceleração em fevereiro, ainda que todas (exceto a Telefônica/Vivo), tenham mantido a tendência de crescimento.

A Claro TV, que em janeiro cresceu 94 mil clientes, em fevereiro cresceu 30 mil, chegando a uma base total de 3,243 milhões de assinantes. A Net havia crescido 49 mil em janeiro, ficou em 42 mil em fevereiro, totalizando 5,47 milhões. A Sky vinha de um crescimento de 106 mil clientes em janeiro e reduziu para 72 mil em fevereiro, alcançando uma base de 5,2 milhões de assinantes. A Oi havia crescido 43 mil em janeiro, ficou em 13 mil em fevereiro e bateu os 806 mil clientes. E a GVT vinha de 26 mil adições líquidas no primeiro mês do ano e foi para 16 mil, totalizando 468 mil.


Razões para a desaceleração

As explicações para o menor ritmo de crescimento variam de operadora por operadora. A Sky diz que o impacto foi apenas devido ao número menor de dias úteis em função do Carnaval e de uma desaceleração normal no período, mas não há a percepção de retração do mercado.

A Claro TV, segundo apurou este noticiário, ajustou alguns critérios de crédito, justamente para evitar o aumento da inadimplência, e isso deve continuar por mais uns dois meses. É uma razão parecida com a desaceleração da Oi TV.

No caso da GVT, o resultado reflete o período de incertezas pelos quais a empresa passou em função do processo de venda, que acabou não acontecendo.

Mas a sinalização é que a operadora será mais restritiva em investimentos daqui para frente, por determinação do acionista controlador, o que deve se refletir em um crescimento menos agressivo.

A Net foi a operadora que parece menos ter sofrido desaceleração em fevereiro, o que já pode ser um reflexo do início das vendas em novas cidades.

No caso da Telefônica/Vivo, a perda de base no mês de fevereiro foi expressiva: quase 22 mil clientes. Mas isso se explica não só pela atuação discreta que a empresa vem mantendo no segmento de TV paga mas, sobretudo, pelo processo de desligamento do MMDS na cidade do Rio de Janeiro, já que a operadora não deu opções de migração para o DTH na cidade.

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