Tecnologia

Manifestantes contra bloqueio do Telegram são detidos em Moscou

Após bloqueio do Telegram na Rússia, manifestantes foram detidos durante protesto em frente a sede do Serviço Federal de Segurança russo

Telegram: o aplicativo não forneceu dados dos usuários ao Serviço Federal de Segurança russo (/Ilya Naymushin/Reuters)

Telegram: o aplicativo não forneceu dados dos usuários ao Serviço Federal de Segurança russo (/Ilya Naymushin/Reuters)

E

EFE

Publicado em 16 de abril de 2018 às 14h35.

Moscou - A polícia de Moscou deteve nesta segunda-feira 13 ativistas russos quando protestavam contra o fechamento do serviço de mensagem Telegram em frente à sede central do Serviço Federal de Segurança (FSB) russo, no centro de Moscou.

"Estamos no camburão. Estão nos levado para a delegacia", afirmou à agência "Interfax" o ativista Dmitri Tsorionov.

Entre os detidos está Maria Alyokhina, uma das integrantes do polêmico grupo Pussy Riot, que junto à sua colega de banda, Nadezhda Tolokonnikova, passou 22 meses na prisão por cantar uma canção contra o presidente russo, Vladimir Putin, na principal catedral ortodoxa do país.

Tsorionov explicou que o protesto na praça Lubianka consistiu em lançar ao ar aviões de papel coloridos.

O Roskomnadzor, órgão regulador das comunicações na Rússia, começou hoje a bloquear o popular serviço de mensagem, em cumprimento de uma ordem emitida na semana passada por um tribunal de Moscou.

O próprio Roskomnadzor foi quem exigiu o fechamento do Telegram, depois que a plataforma se negou a entregar ao FSB os códigos de criptografia das mensagens dos seus usuários, como obriga uma lei aprovada há quase dois anos pelo Parlamento.

Desde então, a legislação russa obriga os provedores de serviços de mensagem a revelar, a pedido das autoridades, os dados para decodificar as comunicações dos seus usuários, além de armazenar suas mensagens.

O criador do Telegram, Pavel Durov, anunciou na última sexta-feira que a plataforma utilizará métodos para evitar o bloqueio que não precisará da intervenção dos usuários.

Em 2014, Durov deixou a Rússia após denunciar pressões dos serviços de segurança para que revelasse informações sobre grupos da oposição que usavam a rede social VKontakte, equivalente russo do Facebook, desenvolvida por ele em 2006.

Durov, que em 2013 criou o Telegram com seu irmão, declarou então que não compartilharia dados ou códigos com terceiros, incluindo governos.

O serviço de mensagem, que cresceu muito rapidamente, está na mira de vários países, que o acusam de facilitar as comunicações entre terroristas do grupo Estado Islâmico.

Disponível em mais de 20 idiomas, o Telegram, com sede atualmente em Dubai, já conta com mais de 200 milhões de usuários no mundo todo.

 

Acompanhe tudo sobre:AppsRússia

Mais de Tecnologia

Apagão cibernético afetou 8,5 milhões de computadores da Microsoft

Uber apresenta instabilidade no app nesta sexta-feira

Zuckerberg diz que reação de Trump após ser baleado foi uma das cenas mais incríveis que já viu

Companhias aéreas retomam operações após apagão cibernético

Mais na Exame