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Jornalista que revelou espionagem da NSA volta aos EUA

Greenwald, que mantém contato regular com Edward Snowden, foi a Nova York receber, ao lado da cineasta Laura Poitras, prêmio pela cobertura jornalística do caso

Glenn Greenwald: jornalista americano voltou à sua terra natal nesta sexta-feira, pela primeira vez desde que ajudou a revelar o vasto esquema de espionagem do governo (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 18h28.

O jornalista americano Glenn Greenwald voltou à sua terra natal nesta sexta-feira, pela primeira vez desde que ajudou a revelar o vasto esquema de espionagem do governo, e revelou que mais denúncias ainda serão divulgadas.

Greenwald, que mantém contato regular com o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional ( NSA ) Edward Snowden , foi a Nova York receber, ao lado da cineasta Laura Poitras, um prêmio pela cobertura jornalística do caso.

Os dois temiam ser detidos em sua chegada ao país, mas contaram a repórteres que, apesar de autoridades terem "criado deliberadamente" um clima de risco, eles não tiveram problemas.

Morando no Brasil com seu parceiro David Miranda - que ficou detido durante horas para averiguação em um aeroporto britânico em agosto -, Greenwald afirmou que deseja viajar livremente aos Estados Unidos, sem medo de ser preso.

Ele homenageou Snowden, destacando que o jovem agente assumiu um grande risco ao orquestrar o maior vazamento de informações de inteligência da história. O episódio gerou um debate mundial sobre os limites da vigilância.

Enquanto é considerado um herói por Greenwald e por muitos outros em todo o mundo, Snowden é tratado como um traidor e como ameaça à segurança nacional pelo governo dos Estados Unidos.

O jornalista também anunciou que os documentos entregues pelo técnico a ele, a Poitras e outros repórteres ainda contêm muitos segredos a serem revelados.

"Na minha opinião, as histórias mais significativas, mais chocantes e que vão ter as maiores e mais duradouras implicações são as que estamos trabalhando agora", revelou.


Poitras, premiada documentarista americana que vive em Berlim, contou ter sido parada cerca de 40 vezes nos últimos seis anos na fronteira dos EUA, mas que desta vez não houve problema.

Ela não descartou o risco de um intimidação por parte do governo.

"O fato de estarmos aqui não indica que não exista ameaça. Nós sabemos que existe uma ameaça", afirmou à imprensa. "A razão para estarmos aqui é mostrar que não iremos sucumbir a essas ameaças".

Greenwald e Poitras dividiram o Prêmio George Polk para reportagem sobre segurança nacional com Ewen MacAskill, do "The Guardian", e Barton Gellman, do "The Washington", que também cobriram o vazamento.

Greenwald, MacAskill e Poitras entrevistaram Snowden em junho, em Hong Kong, quando ele veio a público pela primeira vez, depois de ter deixado os Estados Unidos com os arquivos da NSA.

James Clapper, diretor da agência, classificou os jornalistas como "cúmplices" de seu ex-funcionário, pedindo que eles retornem os documentos para prevenir "mais danos" à segurança do país.

Greenwald, que na época das revelações trabalhava ara o "Guardian", agora comanda o "The Intercept", nova revista online, financiada por Pierre Omidyar, fundador do eBay.

O Prêmio George Polk foi criado em 1949 pela Universidade de Long Island e homenageia um correspondente americano morto em 1948 enquanto cobria a guerra civil na Grécia.

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O jornalista americano Glenn Greenwald voltou à sua terra natal nesta sexta-feira, pela primeira vez desde que ajudou a revelar o vasto esquema de espionagem do governo, e revelou que mais denúncias ainda serão divulgadas.

Greenwald, que mantém contato regular com o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional ( NSA ) Edward Snowden , foi a Nova York receber, ao lado da cineasta Laura Poitras, um prêmio pela cobertura jornalística do caso.

Os dois temiam ser detidos em sua chegada ao país, mas contaram a repórteres que, apesar de autoridades terem "criado deliberadamente" um clima de risco, eles não tiveram problemas.

Morando no Brasil com seu parceiro David Miranda - que ficou detido durante horas para averiguação em um aeroporto britânico em agosto -, Greenwald afirmou que deseja viajar livremente aos Estados Unidos, sem medo de ser preso.

Ele homenageou Snowden, destacando que o jovem agente assumiu um grande risco ao orquestrar o maior vazamento de informações de inteligência da história. O episódio gerou um debate mundial sobre os limites da vigilância.

Enquanto é considerado um herói por Greenwald e por muitos outros em todo o mundo, Snowden é tratado como um traidor e como ameaça à segurança nacional pelo governo dos Estados Unidos.

O jornalista também anunciou que os documentos entregues pelo técnico a ele, a Poitras e outros repórteres ainda contêm muitos segredos a serem revelados.

"Na minha opinião, as histórias mais significativas, mais chocantes e que vão ter as maiores e mais duradouras implicações são as que estamos trabalhando agora", revelou.


Poitras, premiada documentarista americana que vive em Berlim, contou ter sido parada cerca de 40 vezes nos últimos seis anos na fronteira dos EUA, mas que desta vez não houve problema.

Ela não descartou o risco de um intimidação por parte do governo.

"O fato de estarmos aqui não indica que não exista ameaça. Nós sabemos que existe uma ameaça", afirmou à imprensa. "A razão para estarmos aqui é mostrar que não iremos sucumbir a essas ameaças".

Greenwald e Poitras dividiram o Prêmio George Polk para reportagem sobre segurança nacional com Ewen MacAskill, do "The Guardian", e Barton Gellman, do "The Washington", que também cobriram o vazamento.

Greenwald, MacAskill e Poitras entrevistaram Snowden em junho, em Hong Kong, quando ele veio a público pela primeira vez, depois de ter deixado os Estados Unidos com os arquivos da NSA.

James Clapper, diretor da agência, classificou os jornalistas como "cúmplices" de seu ex-funcionário, pedindo que eles retornem os documentos para prevenir "mais danos" à segurança do país.

Greenwald, que na época das revelações trabalhava ara o "Guardian", agora comanda o "The Intercept", nova revista online, financiada por Pierre Omidyar, fundador do eBay.

O Prêmio George Polk foi criado em 1949 pela Universidade de Long Island e homenageia um correspondente americano morto em 1948 enquanto cobria a guerra civil na Grécia.

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