Jornais buscam rentabilidade no meio digital
Como os jornais brasileiros encaram o desafio de conseguir rentabilidade em suas edições digitais
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2011 às 15h31.
São Paulo -- Em um momento positivo, em que veem a circulação crescer, os jornais brasileiros encaram o desafio de conseguir rentabilidade nos conteúdos digitais nos próximos cinco anos. Os caminhos para se chegar a isso foram discutidos ontem pelos executivos dos principais jornais do País, durante o VIII Seminário Nacional de Circulação da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo.
Diante do crescimento da classe C, do envelhecimento da população e do aumento do número de pessoas com acesso a computador, o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, vê boas perspectivas para o mercado. É importante reforçar a circulação tanto do jornal impresso como do digital. Mas ele ressaltou que os jornais precisam buscar alternativas à receita com publicidade nos próximos cinco anos.
De acordo com o executivo, a receita publicitária é instável e fragmentada. Por isso, é preciso rentabilizar os meios digitais. O modelo para os próximos cinco anos tem de focar nas pessoas que paguem pelo conteúdo. Ele reforçou a sua argumentação com dados do New York Times, que hoje tem 40% da receita proveniente da circulação, 39% da publicidade do jornal impresso, 14% do meio digital e 7% de outros meios. Em 2005, a publicidade offline respondia por 61%, a digital por 5% e a circulação equivalia a 27%.
Momento positivo
A avaliação de Genesini é compartilhada pelo diretor-geral da Infoglobo, Marcello Moraes. Mas, para ele, conseguir rentabilidade nos meios digitais é uma mudança que tem de ser feita rapidamente, nos próximos seis meses. Não precisamos fazer nada no desespero, mas temos de ser rápidos. Na análise do executivo, o País pode aproveitar o momento atual, que é positivo, com aumento da receita publicitária, para testar novas alternativas.
Um dos caminhos para rentabilizar a mídia digital seria cobrar pelo conteúdo diferenciado, deixando livre o hard news, que se trata de uma informação considerada como commodity. Ele observou que, atualmente, os jornais precisam mudar a forma de planejamento e começar a trabalhar com cenários múltiplos. Hoje não estamos na era do ou, mas do e. Isto é, da mídia digital e em papel.
O diretor-superintendente do Grupo Folha, Antônio Manuel Teixeira Mendes, concorda com a necessidade de rentabilizar os meios digitais. Na avaliação dele, a forma para rentabilizar os conteúdos digitais deve ser um modelo hegemônico. No momento, disse ele, cada empresa está buscando as suas alternativas. Se são criadas dificuldades para acessar o conteúdo, não há aumento da audiência nem da receita. Qual seria então o modelo para conciliar as duas coisas?, questionou o executivo.
Nativos
Walter de Mattos Junior, diretor-presidente e editor do Grupo Lance! e vice-presidente da ANJ, disse que o desafio de rentabilizar os meios digitais é grande porque muitos leitores já nasceram usando esse meio e não estão acostumados a pagar por essa informação. Os nativos digitais não estão acostumados a pagar pelo conteúdo, afirmou. Não temos mais tempo a perder e estamos entregando mercadoria de graça.
Apesar da revolução tecnológica, o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, fez questão de frisar que o que garante a força do jornal é a qualidade do conteúdo, isto é, a informação diferenciada obtida por profissionais preparados, e a integração entre as redações online e offline. Estamos otimistas. Acreditamos na mídia online e na impressa.
São Paulo -- Em um momento positivo, em que veem a circulação crescer, os jornais brasileiros encaram o desafio de conseguir rentabilidade nos conteúdos digitais nos próximos cinco anos. Os caminhos para se chegar a isso foram discutidos ontem pelos executivos dos principais jornais do País, durante o VIII Seminário Nacional de Circulação da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo.
Diante do crescimento da classe C, do envelhecimento da população e do aumento do número de pessoas com acesso a computador, o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, vê boas perspectivas para o mercado. É importante reforçar a circulação tanto do jornal impresso como do digital. Mas ele ressaltou que os jornais precisam buscar alternativas à receita com publicidade nos próximos cinco anos.
De acordo com o executivo, a receita publicitária é instável e fragmentada. Por isso, é preciso rentabilizar os meios digitais. O modelo para os próximos cinco anos tem de focar nas pessoas que paguem pelo conteúdo. Ele reforçou a sua argumentação com dados do New York Times, que hoje tem 40% da receita proveniente da circulação, 39% da publicidade do jornal impresso, 14% do meio digital e 7% de outros meios. Em 2005, a publicidade offline respondia por 61%, a digital por 5% e a circulação equivalia a 27%.
Momento positivo
A avaliação de Genesini é compartilhada pelo diretor-geral da Infoglobo, Marcello Moraes. Mas, para ele, conseguir rentabilidade nos meios digitais é uma mudança que tem de ser feita rapidamente, nos próximos seis meses. Não precisamos fazer nada no desespero, mas temos de ser rápidos. Na análise do executivo, o País pode aproveitar o momento atual, que é positivo, com aumento da receita publicitária, para testar novas alternativas.
Um dos caminhos para rentabilizar a mídia digital seria cobrar pelo conteúdo diferenciado, deixando livre o hard news, que se trata de uma informação considerada como commodity. Ele observou que, atualmente, os jornais precisam mudar a forma de planejamento e começar a trabalhar com cenários múltiplos. Hoje não estamos na era do ou, mas do e. Isto é, da mídia digital e em papel.
O diretor-superintendente do Grupo Folha, Antônio Manuel Teixeira Mendes, concorda com a necessidade de rentabilizar os meios digitais. Na avaliação dele, a forma para rentabilizar os conteúdos digitais deve ser um modelo hegemônico. No momento, disse ele, cada empresa está buscando as suas alternativas. Se são criadas dificuldades para acessar o conteúdo, não há aumento da audiência nem da receita. Qual seria então o modelo para conciliar as duas coisas?, questionou o executivo.
Nativos
Walter de Mattos Junior, diretor-presidente e editor do Grupo Lance! e vice-presidente da ANJ, disse que o desafio de rentabilizar os meios digitais é grande porque muitos leitores já nasceram usando esse meio e não estão acostumados a pagar por essa informação. Os nativos digitais não estão acostumados a pagar pelo conteúdo, afirmou. Não temos mais tempo a perder e estamos entregando mercadoria de graça.
Apesar da revolução tecnológica, o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, fez questão de frisar que o que garante a força do jornal é a qualidade do conteúdo, isto é, a informação diferenciada obtida por profissionais preparados, e a integração entre as redações online e offline. Estamos otimistas. Acreditamos na mídia online e na impressa.