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Irã bloqueia acesso ao site do jornal 'El País'

Proibição entrou em vigor após a publicação de documentos conseguidos pelo WikiLeaks no periódico espanhol

Jornal El País: documentos do WikiLeaks mostram que chefe da Guarda Revolucionária bateu em Ahmadinejad (Javier Soriano/AFP)
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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2010 às 11h32.

Teerã - O Irã bloqueou nesta quinta-feira o acesso ao site do jornal espanhol "El País", depois do veículo ter publicado um documento diplomático filtrado pelo site WikiLeaks no qual afirma que o chefe da Guarda Revolucionária iraniana, Ali Jafari, bateu no presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad.

As autoridades iranianas também bloquearam o acesso a outros endereços na internet que reproduziram a notícia do jornal espanhol.

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Além disso, nenhum jornal oficial iraniano repercutiu a notícia, que até o momento não foi confirmada nem desmentida pelas fontes oficiais.

O "El País" divulgou nesta quinta-feira o conteúdo de uma embaixada americana em Baku de 11 de fevereiro deste ano, no qual o diplomata americano Rob Garverick informa que Jafari teria batido em Ahmadinejad durante uma acalorada discussão no Conselho Supremo de Segurança Nacional em janeiro de 2010 pelas repercussões dos controvertidas eleições de junho de 2009.

De acordo com a fonte iraniana Ahmadinejad sustentou que "o povo se sente asfixiado" e apostou, para fazer frente aos protestos e manifestações de descontentamento social, por uma maior permissividade e tolerância, "incluindo uma maior liberdade de imprensa".

A versão do jornal sustenta que as considerações de Ahmadinejad enfureceram o chefe da Guarda Revolucionária que teria exclamado "Está errado. Você que criou este caso. E ainda pede mais liberdade à imprensa?".

O tumulto motivou a suspensão da reunião, que não foi retomada posteriormente.

Segundo a fonte informante, alguns blogs do Irã tinham repercutido a suspensão da reunião do Conselho Supremo, mas não mencionou o enfrentamento.

No dia 29 de novembro, o presidente iraniano minimizou a importância dos documentos filtrados por WikiLeaks e disse que simplesmente se trata de uma conspiração.

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