Tecnologia

Huawei nega que proibição dos EUA afete implantação da tecnologia 5G

CEO da gigante de tecnologia disse que a decisão de algumas empresas de não fornecer equipamentos a Huawei "não significa muito"

Huawei: "A responsabilidade deve ir para os políticos dos Estados Unidos, não para suas empresas" (Aly Song/Reuters)

Huawei: "A responsabilidade deve ir para os políticos dos Estados Unidos, não para suas empresas" (Aly Song/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de maio de 2019 às 06h04.

Pequim - O fundador e CEO do gigante de tecnologia chinês Huawei, Ren Zhengfei, negou nesta terça-feira (21), que as restrições dos Estados Unidos aos seus produtos e suprimentos afetem a implantação da tecnologia 5G, em que a empresa disse estar em vantagem de "dois ou três anos" sobre seus concorrentes.

Em entrevista à mídia estatal chinesa, Ren disse que a decisão de algumas empresas de tecnologia dos EUA de não fornecer equipamentos a Huawei "não significa muito" e garantiu que sua empresa estava pronta para lidar com essa restrição.

"Podemos fabricar chips tão bons quanto os fabricados por empresas americanas, embora isso não signifique que não compremos chips deles", afirmou o executivo.

O fundador da Huawei reconheceu que o conflito com os americanos era "inevitável", devido ao interesse da companhia asiática em se estabelecer como um dos líderes mundiais da tecnologia 5G.

"No nosso negócio (redes 5G), a Huawei está na liderança, embora na comparação entre os países ainda estamos muito longe dos Estados Unidos", acrescentou.

Ele também disse que sua empresa "não excluirá" suprimentos dos Estados Unidos e que a Huawei é "muito grata às empresas americanas", entre elas a IBM.

"Deveríamos crescer juntos, mas em caso de haver uma escassez de fornecimento, já temos uma 'cópia de segurança'. Em 'tempo de paz', metade de nossos chips vêm de empresas americanas e a outra metade da Huawei. Não podemos ficar isolados do resto do mundo", indicou Ren.

Questionado por quanto tempo durará a crise em torno da Huawei, o executivo disse que a questão deveria ser endereçada diretamente ao presidente dos EUA, Donald Trump.

"A responsabilidade deve ir para os políticos dos Estados Unidos, não para suas empresas", afirmou.

Estas declarações acontecem depois do Departamento de Comércio americano ter expedido ontem uma licença de 90 dias que levanta durante esse período o veto a Huawei e empresas afiliadas para preparar uma transição sem a presença do gigante tecnológico chinês.

O que aconteceu?

Na segunda-feira, os Estados Unidos decidiram adiar, até meados de agosto, a proibição de exportações de tecnologia para a Huawei.

Um anúncio do departamento de Comércio revela que o adiamento foi decidido para que a Huawei e seus sócios tenham tempo "para manter e respaldar as redes e equipamentos existentes e atualmente em pleno funcionamento, inclusive as atualizações de software".

Para os usuários da Huawei, o eventual bloqueio poderá ter consequências importantes, pois o Google atualiza regularmente suas diferentes versões do Android, muitas vezes por motivos de segurança.

Sem as atualizações, os smartphones podem sofrer falhas, a menos que a Huawei decida fazer as atualizações por conta própria.

Outra consequência, mais indireta, é sobre os aplicativos, pois à medida que a Google atualiza o Android, as centenas de milhões de aplicativos propostos em sua App Store também são atualizadas.

Essas atualizações dos aplicativos geram uma forma de obsolescência dos aparelhos que não tiveram as últimas atualizações do Android, fazendo que aplicativos não sejam capazes de funcionar.

O grupo chinês não é apenas o atual número dois dos smartphones do planeta, mas também um dos líderes em equipamentos de redes de telecomunicações.

No primeiro trimestre deste ano, a Huawei vendeu 59,1 milhões de smartphones, 19% do mercado e mais do que a americana Apple, embora ainda esteja atrás da empresa líder, a sul-coreana Samsung.

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