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Grupo cria armadilha para capturar mosquito da dengue

Armadilha atrai os insetos para um compartimento, identifica quais devem ser pegos e os tranca em outro local onde eles acabam grudados em um papel colante

Mosquito transmissor da dengue (Joao Paulo Burini/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2014 às 21h34.

São Paulo - Após 3 anos de trabalho, pesquisadores brasileiros e americanos conseguiram com a ajuda da inteligência artificial desenvolver armadilha tecnológica para capturar mosquitos.

Ela atrai os insetos para um compartimento, identifica quais devem ser pegos e os tranca em outro local onde eles acabam grudados em um papel colante.

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"Existe um sensor que decide se prende ou solta o inseto. Se ele ficar preso, o ar o empurra para uma segunda câmara onde é retido pelo papel adesivo", conta o pesquisador Gustavo Batista, do câmpus de São Carlos da Universidade de São Paulo.

Segundo ele, a tecnologia inovadora vai contribuir para combater dengue , malária e pragas agrícolas.

O custo é baixo (R$ 30) e a possibilidade de acerto na captura correta dos mosquitos varia de 98% a 99%. Hoje já há uma armadilha para capturar insetos prendendo em um papel adesivo.

"O problema é que ela acaba capturando tudo, inclusive insetos que não precisariam ser capturados", diz Batista.

Para os pesquisadores, a nova tecnologia será eficaz, principalmente, no combate aos mosquitos de gênero Anopheles, vetores da malária, e ainda aos mosquitos do gênero Aedes, vetores da dengue e da febre amarela.

"A vantagem do sensor é que ele permite identificar onde o inseto está em tempo real", completa o professor da USP.

O aparelho visa a identificar quantos e quais mosquitos estão em determinada área por meio do reconhecimento automático das espécies.

Isso possibilita combater os efeitos nocivos dos insetos também na agricultura. A armadilha funciona por meio de um dispositivo que emite uma luz a laser.

Ao atravessá-la, as variações das asas do mosquito são captadas por fototransistores, que transmitem a informação a um circuito que qualifica o inseto.

Antes, o mosquito vai parar na armadilha atraído por dióxido de carbono, uma substância capaz de atrair as fêmeas.

Depois, ele é puxado por um fluxo de ar em direção ao sensor e lá é identificado, podendo ser liberado ou terminar no outro compartimento grudado no papel.

Importância

Sem contar os mosquitos da dengue e da malária, o estudo coletou dados e criou sistemas de reconhecimento automático para diversas espécies, como a mosca-de-banheiro, mosca-da-fruta, mosca doméstica, abelha, joaninha, besouro e abelha.

"O sensor pode classificar qualquer espécie de inseto, mas para isso é necessário que sejam coletados exemplos das espécies desejadas", contou outro pesquisador, Diego Furtado Silva.

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