Funcionários da Mozilla pedem afastamento de CEO que apoiou lei anti-casamento gay
Múltiplas postagens foram feitas nesta tarde no Twitter, em um movimento iniciado pouco antes por Chris McAvoy, chefe do projeto Open Badges
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 16h35.
A semana tem sido agitada na Mozilla . Depois de anunciar seu novo CEO, Brendan Eich, a companhia viu seus funcionários ficarem um tanto infelizes com a escolha. Tanto que vários deles começaram a pedir nesta quinta-feira o afastamento do novo executivo chefe, que tem em seu histórico apoio a uma lei anti-casamento gay nos EUA.
Múltiplas postagens foram feitas nesta tarde no Twitter, em um movimento iniciado pouco antes por Chris McAvoy, chefe do projeto Open Badges da empresa. Eu amo a Mozilla, mas estou desapontado nesta semana. A empresa prega a liberdade e o fortalecimento, mas está agindo de forma contrária, escreveu. E completou: sou funcionário da Mozilla e estou pedindo para que Brendan Eich saia do cargo de CEO.
O iniciador do tuitaço ainda acrescentou pouco depois que, na empresa, todos têm essa liberdade para dizer isso sem medo de ser repreendido. Tanto que, segundo o Ars Technica, outros funcionários logo retuítaram a mensagem de McAvoy, escreveram as próprias com o mesmo pedido ou copiaram o texto original sempre marcando @mozilla e @brendaneich.
Eich, conhecido por ser o criador do JavaScript, ficou marcado pelos funcionários por ter feito, em 2008, uma doação de 1.000 dólares ao projeto da Propostion 8 (ou Prop. 8), além de outra de 2.100 dólares a políticos que apoiavam a aprovação dela. A lei proibiria o casamento de pessoas do mesmo sexo na Califórnia, mas acabou sendo derrubada pela suprema corte norte-americana. A má-impressão sobre o novo CEO da Mozilla, no entanto, persistiu.
A campanha contrária a Eich no Twitter não foi a primeira ação motivada pela promoção do antigo CTO da companhia responsável pelo Firefox. Pouco após o anúncio oficial, feito no dia 24, desenvolvedores e programadores da comunidade em volta da companhia começaram a anunciar boicotes. Apps da Rarebit, por exemplo, chegaram a ser retirados do Firefox Marketplace, segundo o Ars Technica o CEO da companhia alegou que eles não podem apoiar uma fundação que não apenas deixa alguém com uma visão odiosa no poder, como também dá a esse alguém uma promoção e o coloca no comando de toda uma organização.
O novo CEO da Mozilla chegou a se manifestar em seu blog sobre sua reputação, afirmando que não mudará em nada as políticas atuais da empresa e expressando seu pesar por ter provocado dor. Hoje, a fundação segue os princípios de abertura, inovação e oportunidade, além de promover a inclusão e aceitar a diversidade e nada disso deve ser alterado por Eich. O executivo, no entanto, não chegou a mencionar os motivos para as doações.