Ex-funcionária que denunciou Facebook depõe ao Congresso dos EUA
Legisladores devem perguntar a Frances Haugen mais informações sobre práticas dentro da empresa e denúncias que ela tornou públicas recentemente
Thiago Lavado
Publicado em 5 de outubro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 6 de outubro de 2021 às 09h08.
Se a segunda-feira foi complicada para o Facebook , que passou boa parte do dia lidando com as redes fora do ar, a terça-feira não deve ser de muito sossego.
Hoje, uma ex-funcionária da companhia, Frances Haugen, depõe ao Congresso dos Estados Unidos sobre alegações e informações que tornou públicas recentemente. Haugen, que trabalhava como gerente de produto na rede social, afirmou e apresentou evidências de que o Facebook em diversos momentos tomou atitudes em benefício próprio, em detrimento do público.
Os documentos e as comunicações apresentados por Haugen vem sendo divulgados há algumas semanas pelo jornal americano The Wall Street Journal, que publicou uma série de reportagens sobre os danos das redes sociais. Em uma delas, de acordo com os documentos, fica evidente que a empresa sabia como, por exemplo, o Instagram era prejudicial para mulheres jovens e adolescentes.
Haugen veio a público em uma entrevista ao 60 Minutes, um tradicional programa de entrevistas, televisionado pela rede CBS, que foi ao ar no último domingo.
Frances também abriu um processo de delação junto a Securities and Exchange Comission (SEC), o órgão regulador de mercado nos Estados Unidos, acusando o Facebook de enganar os investidores em relação a diversos problemas com comunicados que não correspondiam às ações internas da companhia. Ela também compartilhou partes da documentação com senadores.
Os legisladores que ouvirão a ex-funcionária nesta terça devem querer mais detalhes sobre o que ela aprendeu durante o tempo em que trabalhou para a companhia — Haugen já trabalhou para outras gigantes, como Google e Pinterest, e tem alguma base de comparação.
Alguns legisladores já falam que as informações trazidas à tona por Haugen evidenciam que autoridades não deveriam confiar no Facebook para se autorregular. A coisas podem ficar ainda piores para Mark Zuckerberg.
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