Europa lança satélite para monitorar desastres
Sentinel-1a vai ser usado para monitorar o gelo marinho, derramamento de petróleo e uso da terra, e para responder a emergências como enchentes e terremotos
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2014 às 23h54.
Darmstadt - A Europa lançou nesta quinta-feira o primeiro satélite de seu multibilionário programa espacial Copérnico de observação da Terra, que irá fornecer imagens valiosas no caso de catástrofes naturais ou até mesmo um acidente de avião.
O satélite Sentinel-1a, que foi colocado em órbita a partir do porto espacial europeu na Guiana Francesa, às 18h02 (horário de Brasília), vai ser usado para monitorar o gelo marinho, derramamento de petróleo e uso da terra, e para responder a emergências como enchentes e terremotos.
O satélite, com uma antena de radar de 12 metros de comprimento e dois painéis solares com 10 metros de comprimento, está agora orbitando o planeta, 693 quilômetros acima da Terra.
O projeto Copérnico, para o qual a União Europeia e a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) têm comprometido financiamento de cerca de 8,4 bilhões de euros até 2020, é descrito pela ESA como o programa mais ambicioso de observação da Terra até o momento.
O Copérnico foi concebido para fornecer dados que possam ajudar os formuladores de políticas a elaborar leis ambientais ou reagir a situações de emergência, tais como desastres naturais ou crises humanitárias.
O lançamento do projeto se tornou particularmente urgente depois que a Europa perdeu o contato com seu satélite Envisat de observação da Terra, em 2012, após dez anos de operações.
"O grande avanço é que agora podemos cobrir todos os lugares da Terra a cada três a seis dias", disse o diretor do programa de Observação da Terra da ESA, Volker Liebig, antes do lançamento.
"Isso costumava levar muito mais tempo com o Envisat. Se você quiser usar imagens para apoio à gestão de desastres ou para encontrar um avião, então precisamos que as imagens sejam as mais recentes." Mas ele alertou que primeiro é preciso saber mais ou menos onde um avião teria caído, o que não é o caso do jato desaparecido da Malaysia Airlines.
Em abril de 2012, por volta das 6h da manhã, uma avalanche destruiu uma das mais importantes sedes militares paquistanesas em Gayari perto da disputada geleira Siachen, matando 135 pessoas. Depois foi a vez das enchentes ceifarem mais vidas: 480 no total, entre agosto e outubro.
Em julho de 2012, a Coreia do Norte enfrentou o que as autoridades chamaram de as piores enchentes em um século da história do país. A enxurrada deixou construções debaixo d´água e interrompeu o fornecimento de energia elétrica. Pior, as enchentes ocorreram logo depois de um período de seca na região, comprometendo ainda mais o fornecimento de alimento na região.