Tecnologia

Estudo mostra que sêmen prejudica eficácia de gel anti-HIV

Fragmentos de proteínas, encontrados no sêmen, dificultam o trabalho de microbicidas aplicados na vagina

hiv (Getty Images)

hiv (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 05h53.

O sêmen parece interferir nos géis microbicidas usados para evitar a infecção por HIV, o que possivelmente explica porque funcionam em laboratório, mas não em situações da vida real, afirmaram cientistas nesta quarta-feira.

Fragmentos de proteínas, encontrados no sêmen, dificultam o trabalho de microbicidas aplicados na vagina, destacou a pesquisa publicada na revista Science Translational Medicine.

Conhecidas como fibrilas amiloides, estas partículas no sêmen "atuam como uma cola, prendendo partículas de HIV na superfície da célula, estimulando a infectividade viral", destacou o estudo, conduzido por cientistas da Universidade da Califórnia, em San Francisco, e da Universidade de Ulm, na Alemanha.

"Este efeito subjuga a atividade anti-HIV dos microbicidas", continuou.

Estes microbicidas foram desenvolvidos originalmente como uma forma de habilitar as mulheres da África subsaariana a se proteger, devido à dificuldade que podem encontrar para negociar o uso de preservativos com seus parceiros.

"No entanto, a primeira geração de microbicidas foi amplamente ineficaz ou, pior, alguns inclusive levaram a um aumento da transmissão do vírus", disse o autor principal do estudo, Warner Greene, diretor do Instituto Gladstone de Virologia e Imunologia.

A co-autora do estudo, Nadia Roan, do Departamento de Urologia da Universidade de San Francisco, na Califórnia, afirmou que as últimas pesquisas se baseiam em estudos anteriores.

"Nós demonstramos anteriormente que o sêmen intensifica a infecção pelo HIV, mas esta foi a primeira vez que demonstramos que esta capacidade reduz claramente a eficácia antiviral dos microbicidas", concluiu.

O efeito foi o mesmo em todos os microbicidas testados no estudo, exceto o Maraviroc, que é avaliado para uso como microbicida e atualmente é utilizado como um tratamento para HIV/Aids.

Este medicamento age de forma diferente à dos microbicidas que atacam o HIV. Ao contrário destes, ele se liga a um co-receptor de células hospedeiras para impedir que o vírus entre na célula.

"Os resultados indicam que o Maraviroc é um promissor candidato a microbicida e sugerem que futuros microbicidas devem ser testados 'in vitro' na presença de sêmen", destacou o estudo.

Acompanhe tudo sobre:AidsDoençasEpidemiasINFOSaúde

Mais de Tecnologia

Bluesky testa recurso de trending topics e promete implementação gradual

Computadores quânticos estão mais perto de nossa realidade do que você imagina

Proibição do TikTok nos EUA pode deixar 'buraco' no setor de compras via redes sociais

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições